Número de miseráveis cairá pela metade até 2015
Agência Estado, 03/01/2010
Nos próximos cinco anos, o Brasil deve reduzir o número de miseráveis pela metade e aumentar em 50% as classes A e B. A projeção é de Marcelo Neri, diretor do Centro de Políticas Sociais, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Conforme sua estimativa, no início de 2015, os pobres serão apenas 8% dos brasileiros, caindo para quase um quarto da proporção que vigorava em 1993, de 35%.
Em pouco mais de duas décadas (1993-2005), um contingente de 51,6 milhões de brasileiros muito pobres, numa população de 147 milhões, será reduzido para 16,1 milhões, em 222 milhões - ou seja, uma queda de quase 70% em termos absolutos, mesmo levando-se em conta o aumento populacional.
A linha de pobreza utilizada por Neri corresponde a uma renda per capita familiar de R$ 137 na média do Brasil (a linha varia de acordo com a região). Nesse conceito, que representa uma linha de pobreza relativamente baixa (alguns consideram que seja uma linha de extrema pobreza), os pobres correspondem exatamente à classe E.
Neri diz que aquele é um cenário "auspicioso", ou de "otimismo condicionado à manutenção das políticas razoáveis aplicadas entre 2003 e 2008". Mas não julga a projeção nem um pouco improvável. Na verdade, baseia-se na hipótese de que a fase que ele chama de "era de ouro" dos avanços sociais no Brasil, de 2003 a 2008 (ou de 2001 a 2008, quando se toma a desigualdade) prolongue-se por mais cinco anos, depois de um momento de estagnação em 2009, em função da crise global.
Entre 2003 e 2008, 32 milhões de brasileiros ascenderam às classes A, B e C, e 19,3 milhões saíram da pobreza, provocando uma redução de 43% na proporção de pobres. O consumo popular cresceu e fortaleceu o mercado interno.
Simultaneamente, ele supõe que a queda da desigualdade verificada de 2001 a 2008 prossiga até 2015, levando os índices brasileiros para o nível atual do Espírito Santo.
Com base na Pnad de 2008, o índice de Gini da renda familiar per capita do Brasil em 2008 era de 0,5486, comparado a 0,518 do Espírito Santo. Em 2003, o Gini brasileiro era de 0,583. O Gini é um indicador de desigualdade que varia de zero a 1, e indica piores distribuições à medida que vai aumentando.
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Classe média
As projeções apontam uma profunda mudança no perfil social do Brasil, que caminharia para se tornar um país de classe média. Se à classe E for acrescentada a classe D, que também está próxima à pobreza, chega-se a uma proporção da população de 40% em 2008, que deve cair para 28% no início de 2015.
Já a classe C, correspondente à classe média popular, cresce de 49% para 56,5%, tornando-a a maioria absoluta do população. As classes A e B, finalmente, sobem de 10,5% para 15,7%. Assim, a classe média como um todo, que hoje já corresponde a pouco mais de 60%, incluindo-se a classe C, sobe para 72%.
O otimismo de Neri se apoia em algumas evidências de que a melhora social brasileira no período 2003-2008 tem fundamentos sólidos. Ele nota que, nesse período, enquanto a renda média de todas as fontes cresceu em média 5,26%, a renda do trabalho teve uma expansão anual de 5,13%.
Sul tem a menor população vivendo em pobreza absoluta
Agência Brasil, 18/12/2008
Um em cada três municípios brasileiros tinha mais da metade de sua população vivendo na pobreza absoluta em 2003. Na Região Nordeste, que concentrava o maior número de cidades nessa situação, o índice era de 77%, mais do que o dobro da média nacional (32,6%).
A constatação faz parte do Mapa de Pobreza e Desigualdade, divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A ferramenta, apresentada em DVD, foi produzida em parceria com o Banco Mundial com base nos dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares do período entre 2002 e 2003 e do Censo 2000 e permite identificar linhas regionais de pobreza e detectar suas diferenças regionais e municipais.
O mapa revela que, no outro extremo, a Região Sul é que apresenta menor número de municípios com população vivendo na pobreza absoluta: apenas 0,9% das cidades tem mais do que 50% de seus habitantes nessa situação. Em seguida, aparecem as Regiões Centro-Oeste, onde 12,1% dos municípios estavam nessa condição, Sudeste, com 13,3%, e Norte, com 28,7%. Todas as quatro regiões apresentam índices abaixo do que a média do país.
Outra constatação apontada por meio da nova ferramenta do IBGE diz respeito à desigualdade. As regiões com menores proporções de municípios com mais de 50% de pobres foram as que apresentaram os maiores índices de desigualdade (medidos pelo Índice Gini, que calcula as desigualdades na distribuição da renda).
O Nordeste, que tinha 77% de municípios com mais da metade da sua população vivendo na pobreza, apresentou os índices de desigualdade menos intensos: 36,9%, perdendo apenas para a Região Sul (15%). Ambas ficaram abaixo da média nacional, de 40,7%. As outras regiões apresentaram os seguintes índices: Norte, 48,1%; Sudeste, 52%, e Centro-Oeste: 73,5%.
Mapa descreve onde vivem os mais pobres do Brasil
Agência Estado, 23/11/2008
Os pobres mais pobres do Brasil estão onde o assistencialismo público equivale a pouco mais do que uma esmola social e o trabalho assalariado praticamente inexiste. A combinação desses dois fatores com a baixíssima escolaridade faz do Amazonas o Estado com a pior situação de miséria, seguido do Pará e Maranhão. Nove dos 10 municípios com os muito pobres do Brasil são da Região Norte.
Esse mapa sobre como vivem e onde vivem os miseráveis brasileiros, a que o Estado teve acesso com exclusividade, foi montado pelo Ministério do Desenvolvimento Social com a ajuda do Cadastro Único, um monumental estoque de informações sobre as famílias assistidas pelo Bolsa-Família. Para organizar esses dados, o governo criou o Índice de Desenvolvimento Familiar (IDF), que será apresentado amanhã.
O IDF juntou seis itens - vulnerabilidade familiar, escolaridade, acesso ao trabalho, renda, desenvolvimento infantil e condições de habitação.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Um comentário:
texto mto bom
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