sexta-feira, outubro 16, 2009

532) Socialismo gramsciano a todo vapor...

Um alerta contrario e uma análise sem complacência. PRA.

A Revolução Cultural Socialista
Rodrigo Constantino

A América Latina caminha a passos largos rumo ao socialismo, tendo como principal exemplo a Venezuela de Hugo Chávez. São 15 países com governos alinhados ao Foro de São Paulo, cuja meta é resgatar na região aquilo que se perdeu no Leste Europeu. A “revolução bolivariana” vai se alastrando pelo continente, turbinada pelos petrodólares venezuelanos. No Brasil, encontrou alguns obstáculos institucionais mais sólidos, o que não impediu algum progresso na meta socialista. Não é possível compreender corretamente o fenômeno sem levar em conta a questão cultural, a verdadeira revolução arquitetada no campo das idéias. E quando se fala em revolução cultural, o nome de Gramsci merece destaque.

Nascido na Itália em 1891, Antônio Gramsci foi um marxista intelectual membro do Partido Socialista Italiano. Gramsci era um simpatizante da revolução bolchevique de 1917, e foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano. Preso pelo regime fascista de Mussolini, ele começa a escrever notas na prisão que mais tarde se tornarão os Cadernos do Cárcere. O tema central presente em seus escritos será sua estratégia de tomada do poder, distinta do modelo leninista. Para Gramsci, o “assalto ao poder” de Lênin não seria o método adequado nos países ocidentais. A estratégia gramscista de transição para o socialismo contará com aspectos mais graduais, alterando a cultura para permitir a conquista final do poder pelas classes subalternas. Esta tem sido a receita praticada na América Latina nas últimas décadas, com resultados claramente positivos do ponto de vista dos marxistas.

Fazendo sua parte na tentativa de esclarecer melhor este fenômeno, o general Sérgio Augusto de Avellar Coutinho escreveu o livro A Revolução Gramscista no Ocidente, que faz um didático resumo da concepção revolucionária de Gramsci. Conforme o próprio autor afirma, o objetivo do livro é tentar “traduzir” Gramsci, decodificar seu pensamento. Esta é uma valiosa contribuição para a causa da liberdade, justamente porque a estratégia gramscista de tomada do poder parece eficaz e está em estágio avançado na região. Conhecer melhor o inimigo é fundamental para combatê-lo de forma eficiente. E quem não entender melhor a amplitude do fenômeno, que se alastra em inúmeros aspectos culturais, ficará impotente diante do avanço socialista, do “caminho da servidão”, como dizia Hayek.

Muitos preferem acreditar inclusive no óbito da ideologia socialista depois da queda do Muro de Berlim e da União Soviética. Doce ilusão! O moribundo apenas recuou um pouco, fez algumas plásticas superficiais, mudou a embalagem, mas continua bastante vivo. As idéias de Gramsci serviram justamente para esta mudança tática, para a adaptação dos socialistas à nova realidade. Mas a meta continua a mesma: conquistar o poder e criar o “novo homem” e o “novo mundo”, onde a necessidade é coisa do passado burguês, as classes desaparecem e todos vivem felizes para sempre. Pode parecer incrível para alguns que esta utopia ainda possa conquistar tantos adeptos. Mas basta um olhar mais atento em volta para constatar que isso é fato: o socialismo ainda encanta muita gente. E com os instrumentos estratégicos fornecidos por Gramsci, o perigo aumenta exponencialmente.

Como explica o general Avellar Coutinho, o conceito de “sociedade civil” é central entre as categorias desenvolvidas por Gramsci. Trata-se de um espaço social público onde as pessoas se organizam em aparelhos voluntários privados para exercer a hegemonia. Seria “o lugar onde as classes subalternas são chamadas a desenvolver suas convicções, a formar o consenso e a lutar por um projeto hegemônico mais avançado”. Essa hegemonia, por sua vez, seria a capacidade de influência e de direção política e cultural de um grupo social. O grupo dirigente seria justamente aquele que tem a hegemonia, ou seja, “que tem capacidade de influir e de orientar a ação política, sem uso da coerção”. O que torna a estratégia gramscista tão perigosa é exatamente o fato de ela apodrecer os pilares democráticos de dentro da própria democracia, subvertendo seus valores e corroendo esses pilares.

Democracia, etimologicamente falando, quer dizer “governo do povo”. No pensamento gramsciano, a burguesia é “não-povo”. Portanto, a democracia seria o governo do proletariado e dos camponeses, excluindo os burgueses. Os gramscistas faltam em “democracia radical” ou “radicalismo democrático” para se referir a este modelo. Basta lembrar que o presidente Lula chegou a afirmar que na Venezuela de Chávez havia um “excesso de democracia”. Essa deturpação da idéia de democracia é útil para a causa socialista, pois eles podem falar em “socialismo democrático”, distanciando-se no imaginário popular do regime ditatorial adotado na União Soviética. Isso garante o respaldo de legalidade, evitando assim eventuais resistências e reações da sociedade.

Além disso, Gramsci defende o “pluralismo das esquerdas”, admitindo as alianças dos partidos e das organizações de massa, principalmente para enfraquecer e neutralizar as “trincheiras” burguesas. Como explica o autor, “ele admite até alianças com partidos adversários em certas circunstâncias que contribuam para o êxito do movimento”. Esse pragmatismo, uma herança maquiavélica, ajuda a manter a imagem democrática também, em relação ao modelo de partido único dos bolcheviques. O partido, o “moderno príncipe”, realizará as transformações radicais que estabelecerão o socialismo, após a fase da luta hegemônica, que terá criado o clima adequado para a revolução, subvertendo os valores tradicionais da sociedade burguesa e condicionando toda a população para o socialismo.

Na estratégia gramscista, o papel dos intelectuais orgânicos é crucial. O novo intelectual não é apenas um orador eloqüente, mas um dirigente que orienta, influencia e conscientiza as massas. O grupo de luta deve lutar também pela assimilação e conquista ideológica dos intelectuais tradicionais. Estes terão participação consciente ou inconsciente, podendo assumir o papel de intelectual orgânico por convencimento e adesão, ou por ingenuidade, acomodação ou até por capitulação. Para Gramsci, todos os membros do partido, em todos os níveis, são intelectuais. Eles devem realizar na sociedade civil uma profunda transformação política e cultural, “amestrando” as classes burguesas também, levando-a a aceitar as mudanças intelectuais e morais como parte de uma natural e moderna evolução da sociedade. Para tanto, eles contam com o apoio dos organismos privados, como sindicatos e organizações não-governamentais.

Será criado na sociedade um novo senso comum, que irá destruir a capacidade individual de bom senso. Alguns velhos conceitos podem ser preservados se forem “instrumentais”, bastando aprimorá-los para contribuírem também para a formação da nova mentalidade. Os meios de comunicação social (imprensa, radio e televisão) serão os principais canais de difusão do novo senso comum. Além destes, o setor editorial, a cátedra, o magistério, a expressão artística e o meio intelectual tradicional serão importantes veículos dessa transformação. Assim como a estratégia atribuída a Goebbels no nazismo, os argumentos serão repetidos ad nauseam, através de uma “orquestração”.

O sistema defensivo da burguesia deverá ser neutralizado. Entre as principais instituições alvos, estão os partidos políticos, o parlamento, a classe empresarial, a Igreja, as forças armadas, o aparelho policial e a família. Como explica o autor, “o empreendimento de neutralização é complexo e é conduzido pelo amplo trabalho psicológico, político e ideológico que realiza o esvaziamento do moral do elemento humano das organizações burguesas, de tal modo que elas perdem o seu valor funcional e ético perante a sociedade civil”. Serão utilizadas táticas como o “denuncismo”, isolamento, constrangimento e inibição, patrulhamento, penetração ideológica e infiltração de intelectuais. Trata-se de uma batalha longa, que exige paciência, mas que cria as condições necessárias para a tomada do poder.

O uso das crises a favor do movimento também faz parte das estratégias de tomada do poder. As crises econômicas não provocam imediatamente a crise institucional, mas “permitem a difusão de certas idéias e pensamentos que se podem encaminhar para um subseqüente agravamento da crise”. Como disse Roberto Campos, “os comunistas sempre souberam chacoalhar as árvores para apanhar no chão os frutos”. E acrescentou: “O que não sabem é plantá-las”. O fato é que os comunistas sempre exploraram as crises para expandir sua ideologia e tentar conquistar mais poder. As classes subalternas podem se apresentar como única solução institucional. O presidente Lula já usou este argumento em relação aos invasores do MST, alegando ser o único capaz de “conversar” com o movimento. Além disso, a crise parlamentar pode representar uma oportunidade interessante de tomada do poder, pois mantém todas as aparências de fidelidade ao jogo político democrático.

O objetivo final de Gramsci é o comunismo, abolindo o Estado e as classes. O meio defendido para isso é a concentração absurda de poder no Estado ampliado. A ingenuidade de quem leva a sério este tipo de coisa é realmente espantosa. Ignoram o alerta de Lord Acton, de que o poder corrompe, e o poder absoluto corrompe absolutamente. Para chegar à “liberdade”, vão antes criar uma ditadura totalitária, e esperar que os todo-poderosos simplesmente decidam abrir mão de todo este poder. Para abolir as classes, vão criar uma enorme classe privilegiada, a “nomenklatura”, e aguardar o momento em que esses privilegiados resolvam acabar com todos os privilégios. Que tipo de observador medíocre da natureza humana poderia aceitar tais premissas? Não é à toa que o comunismo parece uma nova religião, dependente da fé acima da lógica. Um “paraíso” terrestre é oferecido, prometendo o fim das necessidades, enquanto os intermediários demandam mais que o dízimo: a submissão completa do indivíduo!

Ao término do livro, o general Avellar Coutinho oferece alguns sinais do avanço da estratégia gramscista no Brasil, que não podem fugir aos olhares mais atentos. Os mais jovens não notam a mudança cultural porque não conheceram os valores antigos, e os mais velhos encaram as modificações como “naturais” ou “espontâneas”, ignorando a “penetração cultural” bem conduzida pelos intelectuais orgânicos. Em primeiro lugar, temos o conceito de “politicamente correto”, que passou a dominar qualquer debate e ofuscar a livre opinião ou independência intelectual. Trata-se de “socialização” da opinião, e o patrulhamento ideológico é uma poderosa arma nesse sentido. Além disso, o conceito de legalidade está sendo substituído pelo de “legitimidade”, esvaziando as normas e leis em troca das “reivindicações justas”. Invadir terras ou saquear estabelecimentos passam a ser atos “legítimos”, pois representam um passo na luta pela “justiça social”.

Existem outros exemplos, como o ataque aos valores familiares tradicionais, o uso manipulado da questão racial para negar a tolerância multirracial burguesa, o uso dos “direitos humanos” como proteção ao criminoso, identificado como vítima da “sociedade burguesa”, enquanto a vítima real é tratada com indiferença por ser identificada geralmente como burguês privilegiado, a “satanização” do “bandido de colarinho branco”, identificado como burguês corrupto e fraudador do povo, a utilização da “opinião pública” como critério de verdade maior que a própria lógica, o uso da ecologia como projeto superior ao desenvolvimento econômico ou mesmo o eco-terrorismo para atacar o progresso capitalista, etc.

Em suma, o projeto de conquista do poder pelos comunistas, calcados nas contribuições de Gramsci, parece estar em um estágio bem avançado na América Latina. Hugo Chávez, Rafael Correa, Evo Morales, e tantos outros governantes vão conquistando cada vez mais poder. Mesmo o governo Lula conseguiu avanços nessa direção, sem falar das tentativas fracassadas como o Ancinav, Conselho Nacional de Jornalismo, etc. O próprio Lula teria dito que dirige um Fusca enquanto Chávez dirige uma Ferrari rumo ao socialismo. Mas a meta é a mesma. O pior é que, por se tratar de uma verdadeira revolução cultural, suas raízes são profundas, e dificilmente serão revertidas rapidamente. A luta pela liberdade será árdua. Mas algo precisa ser feito. Como teria dito Confúcio, “é melhor acender uma pequena vela do que praguejar contra a escuridão”.

6 comentários:

Vinícius Portella disse...

Apesar de concordar com Rodrigo Constantino no tangente a certas ideias suas, as quais não é meu objetivo expor, identifico vagamente algo em seu discurso ao qual, se não me oponho, procuro, ao menos, me distanciar. Afirmo isso não embasado em um argumento sólido - principalmente por falta de tempo para me dedicar à questão - tendo de me valer de impressões, de subjetivismos, sem a devida análise objetiva.

De uma maneira geral, Constantino me parece trabalhar com categorias maniqueístas, num discurso (e aqui a redução é minha) que pode ser sintetizado na fórmula "nós em defesa da liberdade". Substitua o termo liberdade, por Deus, família, pátria, propriedade, igualdade, justiça social, etc então se tem o "slogan" de uma série de movimentos que se pautaram menos por ponderações racionais sobre o mundo do que pela visão da realidade ideologicamente distorcida. Em movimentos dessa natureza têm-se espaço as grandes causas, os valores pétreos a serem a todo custo defendidos, enfim, a transcendência. Frequentemente, se assemelham aos credos que, em seu fervor, inibem a crítica, não somente por hostilidade às dissidências, senão também por dificultarem qualquer consideração calcada na experiência do real ao pautarem seus discursos aprioristicamente.

Tais "estruturas de pensamento" empobrecem muito o debate de questões relevantes no Brasil. Reitero que enquadrar o pensamento de Constantino nessas "estruturas" é algo um tanto subjetivo de minha parte e que pode se mostrar errôneo após uma análise racional e objetiva de seus argumentos.

Infelizmente, já não disponho de tempo. Termino com um trecho de uma entrevista dada à Veja por José Guilherme Merquior.

"MERQUIOR - Uma das características defeituosas do nosso debate intelectual - quando ele ocorre, pois a outra característica é que ele é muito subdesenvolvido e raramente ocorre - é a tendência à imediata ideologização. Os problemas são sempre apresentados de maneira abstrata, principista e apriorista. Portanto, o coeficiente de análise empírica, de exame concreto de realidades verificáveis, é muito pequeno. O inglês Oscar Wilde dizia que os patrões falam de coisas e os criados de pessoas. No debate político e intelectual brasileiro, há muito pouca gente falando de coisas ou pessoas. Fala-se de noções abstratas.

VEJA - Com que resultado?
MERQUIOR - O resultado, em outras palavras, é que se restaurou no Brasil o estilo escolástico de debate. Uma das melhores definições de escolástica como estilo retórico diz que ela era uma maneira precisa de falar de coisas vagas. Para ver como isso funciona na prática, basta acompanhar a discussão sobre democracia: quase ninguém discute os mecanismos reais de representação. E o resultado é que o debate, político e intelectual, ficou muito chato no Brasil, pois a discussão sobre coisas concretas é sempre muito mais remuneradora que a discussão sobre princípios."

Abraços,

Osmar Oliveira disse...

A cegueira é o conforto dos incapazes e dos ignorantes; quando dão por si, admiram-se como vítimas e não como cúmplices.
Mas isso não se publica, a não ser pagando, a mídia já conotou Gramsci.

Paulo Roberto de Almeida disse...

Osmar,
A "revolução gramsciana" já está entranhada nos "corações e mentes" dos brasileiros, mesmo que eles nunca tenham lido Gramsci, que eles sequer saibam que era o personagem, que eles não tenham consciência disso.
Faz parte de nosso sistema educacional pensar assim. E nos últimos anos tivemos um excesso de propaganda governamental em torno dessas ideias.
Vai demorar uma ou duas geracoes para essa doenca passar...
Paulo Roberto de Almeida

Vinícius Portella disse...

Nem me lembrava mais deste texto do Constantino. Não abordarei as muitas críticas que poderiam ser feitas ao artigo; digo, apenas, que o mal que nos aflige não é tanto a "revolução gramsciana", senão a penúria intelectual e a baixa qualificação de nossa população. Penúria intelectual inclusive expressa nesse texto. Se ele se mostra disposto a acender velas e a repetir o rito hayekiano ipsis litteris (pobre de Hayek que havia advertido para que não fôssemos hayekianos); infelizmente, não demonstra a mesma disposição para compreender as dinâmicas sociais envolvidas e propor ações eficientes. Afinal, para que pensar nessas coisas se sua cosmologia já está consolidada? Para sorte da "revolução", ela conta com uma oposição dessa estatura.

Abraços,

Paulo Roberto de Almeida disse...

Vinicius,
Seu comentario redunda em dizer mais ou menos o seguinte. Se pelo menos os professores e estudantes lessem Gramsci e compreendessem, já não estaria tão mal, pois pelo menos contaríamos com pessoas escolarizadas, lidas, de certo nível intelectual.
Não creio que isso seja humanamente factível no Brasil de hoje, com uma queda tão brutal dos padrões intelectuais, e isso vale para qualquer autor, para qualquer tendência política ou econômica.
O problema está em que se consolida no Brasil uma versão vulgar, pasteurizada, do mais baixo nível -- claro, pois provinda do baixo clero -- desses supostos ensinamentos gramscianos, via PT, Teologia da Libertação e assemelhados, que redunda basicamente no seguinte: vamos tomar o Estado, gramscianamente ou não, tirá-lo das mãos da burguesia, que nos explorou durante 500 anos, e fazer dele um instrumento de justiça social, de redistribuição de renda, de melhoria real das condições de vida da população.
O problema com isso, como voce sabe, é que o Brasil está matando as possibilidades de crescimento, vai continuar crescendo muito lentamente e vai ficando atrasado em relação aos centros mais dinâmicos do mundo.
Eu vi isso, eu vi esse filme. Visitei a Argentina, como jovem mochileiro, em 1968 ou 69, e achei que ela era um "país avançado", em relação ao Brasil. Voltei pouco mais de 20 anos depois, em 1991, e encontrei um país parado no tempo, atrasado e decadente.
Depois veio a curta era de "modernização menenista" e do Plano Cavallo: durou menos de uma década e a Argentina que visitei, dois anos atrás, me parece tão atrasado quanto sempre foi no regime peronista.
Estamos criando um peronismo de incultos,,,
Paulo Roberto de Almeida

Vinícius Portella disse...

Paulo,

eu concordo contigo. Meu lamento é por essas versões pasteurizadas e de baixo nível se espalharem por todo o espectro ideológico, dando origem a ideologias à brasileira - simulacros do que há de melhor e reproduções (agravadas ou atenuadas) do que há de pior no pensamento humano. Eu não acredito em "conscientização" das massas e em argumentos demasiado culturalistas que passem ao largo de considerações objetivas da realidade social e quanto ao emprego dos meios necessários para o enfrentamento de nossos problemas. É frustrante ver o país tomar esse curso. Penso que esse estado de coisas se deve, em parte, à falta de rigor - é justamente nos meios em que este se faz menos presente que mais proliferam os "humanistas de plantão" a trazer-nos a boa nova "marquissista" sob o pensamento "estratégico-operacional" gramsciano; em parte, também ao desvinculamento desses "pobres de espírito" aos mecanismos de mercado e da necessidade de seus canais de ascensão social. O problema, a meu ver, está nas condições que possibilitam tais tipos vicejarem, mas isto parece não ser posto no debate nacional, mais dado a demonizações do que a análises mais finas e sofisticadas. Vivemos o mito de Prometeu às avessas; em vez de levar o fogo dos deuses aos homens, nossos "Prometeus malditos" querem universalizar a escuridão. E o triste é que bons semeadores como Roberto Campos já não estão mais aqui e homens de excelência semelhante se fazem cada vez mais raros.

Sad but true...

O que faremos?

Abraços!