Uma coleção de reflexões a partir da história do Brasil, de um membro da Rede Liberal, da qual também faço parte, Gerhard Erich Boehme (Curitiba), um homem (empresário) comprometido com a verdade, em primeiro lugar, e com o desenvolvimento do Brasil, sempre (http://www.boehme.com.br/perfil.htm).
Caros do Grupo [Rede Liberal, envidada em 25.12.2009],
de um lado temos um Brasil sem rumo, pautado pela mentira, embustes, principalmente pela discriminação espacial¹, agora promovida pelo programa “Minha casa, Minha vida”, esta como uma das principais causas da escalada da violência, temos a supressão da liberdade individual e a divisão da sociedade pela luta de classes e das etnias que a compõe. É o circo que sustenta o clientelismo político, com a corrupção crescente.
"E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos." (Salmos 119:45)
Mas teremos em 2010 um novo ano, quando teremos a oportunidade de escolher nossos representantes, e mais importante que isso, muito mais importante, a oportunidade de lutarmos pela nossa liberdade. E nesta luta teremos um fator motivador, as comemorações do Ano Nacional Joaquim Nabuco.
Eu tenho comigo que de todos os brasileiros, o que mais dignificou o termo "brasileiro" foi o engenheiro André Pinto Rebouças, hoje ele seria lembrado por ser afrodescendente, não pela sua grandeza, idealismo e capacidade de empreender. Se Johann Moritz von Nassau-Siegen é denominado pela “história” de o "brasileiro", Rebouças deu outro sentido ao termo, ou melhor deu sentido ao termo.
De um lado comemoramos o dia 20 de novembro, que com a lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluído no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra, que é também feriado em muitas cidades brasileiras.
Mas não nos damos conta de que devemos também ter a consciência de sermos brasileiros, mesmo porque a defesa de uma pretensa pureza étnica não nos pode ser aceitável, a história da humanidade mostra como isso é falso e produz muito sofrimento, dor e mortes e esta está longe de uma realidade, pois atende somente a falsas propostas e programas de políticos demagogos. Um povo não pode ser separado pela cor da pele ou etnia da qual descende, muito menos pela religião que professa.
Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência, não antiescravagista, mas sim em defesa da liberdade. Muitos o consideram um mito, e a partir desta realidade o enaltecem, outros já criticam a escolha, pois deixa de ser um exemplo, um referencial, como o foi Martin Luther King para os Estados Unidos da América, como o foi Rebouças para o Brasil, que souberam deixar seu legado de luta pela mudança em toda sociedade, não se apartando dela, mas se inserindo e promovendo as mudanças necessárias.
Quanto a Zumbi, infelizmente temos poucos registros históricos, algumas pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Não está claro se ele conquistou a sua liberdade nos conflitos entre os portugueses e os remanescentes da transnacional WIC. Mas é certo que ele nasceu durante o período da insurreição pernambucana. A insurreição pernambucana, também referida como Guerra da Luz Divina, registrou-se no contexto do segundo período de atuação da WIC, indevidamente chamado de invasões holandesas do Brasil, culminando com a expulsão dos neerlandeses da região Nordeste do Brasil. O movimento integrou forças lideradas pelos senhores de engenho André Vidal de Negreiros e João Fernandes Vieira, pelo africano Henrique Dias e pelo indígena Felipe Camarão.
Para entendermos o “Brasil” da época de Zumbi, recomendo que acessem: http://www.culturabrasil.pro.br/holanda.htm
A Restauração Portuguesa em 1640 conduziu à assinatura de uma trégua de dez anos entre Portugal e os Países Baixos. Com este abalo ao domínio espanhol, a guerra de independência dos Países Baixos prosseguiu.
Na América, o Brasil se pronunciou em favor do Duque de Bragança (1640). Na região Nordeste, sob domínio da WIC, Maurício de Nassau foi substituído na administração. Ao contrário do que preconizara em seu "testamento" político, os novos administradores da companhia passaram a exigir a liquidação das dívidas aos senhores de engenho inadimplentes, política que conduziu à Insurreição Pernambucana de 1645 e que culminou com a extinção do domínio neerlandês após a segunda Batalha dos Guararapes.
Formalmente, a rendição foi assinada em 26 de Janeiro de 1654, na campina do Taborda, mas só provocou efeitos plenos, em 6 de agosto de 1661, com a assinatura da Paz de Haia, onde Portugal concordou em pagar aos Países Baixos oito milhões de Florins, equivalente a sessenta e três toneladas de ouro.
Isso mesmo, sessenta e três toneladas de ouro.
Este valor foi pago aos Países Baixos, em prestações, ao longo de quarenta anos e sob a ameaça de invasão da Marinha de Guerra. De acordo com uma corrente historiográfica tradicional em História Militar do Brasil, o movimento assinalou ainda o germen do nacionalismo brasileiro, pois os brancos, africanos e indígenas fundiram seus interesses na expulsão do invasor.
Nesta conjuntura é que estudos nos indicam que em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados portugueses e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de português e latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco.
Era um período de intensos conflitos, e em linhas gerais, a atuação da WIC no Brasil, erroneamente denominadas de invasões holandesas podem ser recortadas em dois grandes períodos:
1624-1625 - Invasão de Salvador, na Bahia
1630-1654 - Invasão de Olinda e Recife, em Pernambuco
1630-1637 - Fase de resistência ao invasor
1637-1644 - Administração de Johann Moritz von Nassau-Siegen
1644-1654 - Insurreição pernambucana
Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Francisco (Zumbi). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta pela liberdade, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.
O nome Palmares foi dado pelos portugueses, devido ao grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de luta pela liberdade, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.
O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. Período no qual tivemos também o desenvolvimento de boa parte do Brasil, não como colônia, mas como fruto da atuação de uma transnacional do então Sacro Império Romano-Germânico - Sacrum Romanum Imperium, a West-Indische Compagnie ou WIC, que por nós é conhecida como sendo a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais ou Companhia Neerlandesa das Índias Ocidentais. O século XVII vê um grande desenvolvimento da agricultura, que usa a mão-de-obra africana, com culturas de tabaco e especialmente da cana-de-açúcar na Bahia, Pernambuco, e mais tardiamente no Rio de Janeiro.
Neste período as expedições chamadas de Entradas e Bandeiras dos paulistas descobriram o ouro, pedras preciosas em Minas Gerais e ervas no sertão. As colônias nordestinas foram ocupadas pela em 1624 e entre 1630 e 1654, principalmente sob o comando de Johann Moritz von Nassau-Siegen, sendo enfim expulsos na batalha de Guararapes. Nessa época foi fundado o Quilombo dos Palmares, liderado por Zumbi, guerreiro, que congregava milhares de negros fugidos dos engenhos de cana do Nordeste brasileiro e alguns índios e brancos pobres ou indesejáveis. Este "submundo" foi finalmente destruído, não sem uma resistência heróica e violenta, por bandeirantes portugueses comandados por Domingos Jorge Velho, tendo seu líder sido morto e decapitado (segundo a tradição não-oficial, Zumbi teria conseguido escapar).
No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital, era Macaco, na Serra da Barriga.
A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira, Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.
O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.
Sobre a morte de Zumbi existem inúmeros relatos, mas nada oficial, seguindo os historiadores, que se baseiam em documentos da época;
- no final da Guerra dos Palmares, um membro do exército luso-brasileiro escreveu que viu Zumbi jogar-se do alto de um penhasco para não ser aprisionado;
- outro afirma que o feriu e matou durante um dos combates;
- um terceiro garante que depois de morto cortou a sua cabeça e a levou para Recife;
- ninguém afirmou que Zumbi tenha levado dois tiros mas conseguido escapar;
o que nos leva a concluir que haveria vários Zumbi em Palmares, ou que o termo Zumbi designasse por exemplo um capitão ou chefe de um quilombo.
Ainda as mesmas fontes afirmam que para acabar com a resistência - heróica, sem dúvida - dos palmarinos, foi pedido ao Governo que mandasse canhões, mas quando estes finalmente chegaram, tinha já acabado a guerra e nem um só tiro de canhão foi disparado.
A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003 também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, já começaram a propiciar o resgate das contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.
Assim como Zumbi dos Palmares, temos a história do engenheiro André Pinto Rebouças, parte de nossa história mais recente, de uma história que dignifica os brasileiros, e muitas de suas obras estão ainda presentes para homenageá-lo. O engenheiro André Pinto Rebouças era brasileiro e foi, e ainda hoje, é exemplo. Em Curitiba temos ruas e um bairro em homenagem a ele e seu irmão, também engenheiro.
No ano de 1891, o engenheiro e intelectual liberal André Rebouças desenhou em seu Registro de Correspondência um triângulo equilátero, nomeando cada um dos lados: Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (Liberal), Taunay (Conservador) e André Rebouças (sem partido). Por meio de uma tênue linha pontilhada, os ângulos da figura uniam-se em uma pirâmide, em cujo vértice encontrava-se o nome de Dom Pedro II. Assim ilustrava Rebouças suas relações com seus companheiros de campanha abolicionista e militância reformadora, reunidos pelo exílio europeu: divergentes em suas escolhas partidárias, mas unidos em sua lealdade a Dom Pedro II.
Estudei a vida e as obras do engenheiro André Pinto Rebouças e assim pude entender a sua grandeza, o fiz quando ainda estudava no Colégio Estadual de minha cidade natal, depois disso cursei engenharia (UFRJ), administração (UFPR), fiz alguns cursos de pós-graduação, etc... Mas sempre com admiração crescente para com a vida e a obra de Rebouças, e assim passando a entender as razões do fracasso do Brasil republicano, quando todo um idealismo, e não apenas isso, mas todo um exemplo, passou a ser deixado de lado, com a quartelada que muitos chamam de "Proclamação da República", deixamos de ter espaço para não apenas o engenheiro André Pinto Rebouças, mas também dos demais nomes que compunham o grupo que viria a se destacar no nosso III Reinado. Tivéssemos um Duque de Caxias ainda vivo, a vergonhosa quartelada não teria ocorrido. Os republicanos se anteciparam e impediram que as indenizações aos recém libertos fossem feitas, a exemplo do que se debateu e tornou realidade nos Estados Unidos e em outros lugares do mundo.
Recomendo que, ao longo deste Ano Nacional Joaquim Nabuco, não apenas leiam as obras de Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, mas também o livro "O quinto século: André Rebouças e a construção do Brasil", de Maria Alice Rezende de Carvalho, que foi publicado pela editora Revan.
O tema da obra é a trajetória de André Pinto Rebouças (1833-1898). Filho de um advogado mulato autodidata e da filha de um comerciante, ele nasceu em Cachoeira, na Bahia. Depois de formar-se como engenheiro no Rio, foi estudar na Europa em 1861. De volta ao Brasil, trabalhou na reforma de portos e edificações no litoral. De 1865 a 1866, serviu como engenheiro na Guerra do Paraguai. André Rebouças teve papel importante nas obras do plano de abastecimento de águas para o Rio e na construção das docas da Alfândega. Como empresário, envolveu-se, sem sucesso, em vários empreendimentos que visavam a modernização do país. Na década de 1880, Rebouças engajou-se no movimento abolicionista ao lado de amigos como Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo e o engenheiro Alfred d’Escragnolle Taunay, o Visconde Taunay.
Rebouças era muito ligado a D. Pedro II, viu com hostilidade o movimento militar que levou à República. Embarcou para a Europa no Alagoas, acompanhado o imperador na viagem para o exílio. E o que vemos hoje que esta continua a ser uma das, senão a maior perda que todos nós brasileiros tivemos e assim demos oportunidade para oportunistas republicanos e inúmeros políticos que se alternaram e também hoje ocupam o Palácio do Planalto, com suas realizações pautadas pelo clientelismo político, com seu capitalismo de comparsas, e agora com seu socialismo de privilegiados.
"E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos." (Salmos 119:45)
Perdemos o ideal da liberdade, hoje os brasileiros são escravos de outra forma, agora o somos pela abusiva carga tributária, que retira de nós 40% do resultado de nosso trabalho e ao contrário do que o engenheiro André Pinto Rebouças nos ensinava, perdemos o compromisso com as futuras gerações, pois não valorizamos o ensino fundamental, pois por conta da falta de nosso compromisso como brasileiros, retiramos ou anulamos o potencial dos brasileirinhos.
Trazendo para os dias atuais o idealismo de Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, o nosso desafio é e deve ser a luta contra a excessiva carga tributária que nos é imposta, pois além de ser um verdadeiro manicômio, a carga de impostos, taxas e contribuições cobradas das pessoas e empresas drena todos os recursos da sociedade que poderiam estar sendo aplicados na produção e consumo, sem contar que limitam os juros, os recursos para criar e desenvolver os negócios, criar novos produtos e principalmente remunerar dignamente aqueles que optaram por se abdicar do consumo no passado confiando no empreendedorismo e a realização profissional.
"Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção éticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado ao deficiente físico ou mental ." (Gerhard Erich Boehme)
Assim, além de simplificar a legislação tributária, a União, os estados e municípios deveriam se comprometer em reduzir significativamente a carga de impostos. Este entrave expõe o brasileiro à escravidão, pois contribui e os recursos não retornam à sociedade através de serviços públicos de qualidade, em especial o ensino básico de qualidade e a segurança pública. Atualmente temos a perda de liberdade de ir e vir em muitos lugares e períodos do dia, sem contar o elevado custo de vida resultante com as despesas para conferir ao cidadão melhores condições de segurança. O cidadão é triplamente penalizado, paga impostos para ter segurança pública, aloca recursos na segurança pessoal e sofre os resultados (prejuízos materiais, morais, físicos, sem contar as vidas humanas que são imensuráveis) da violência e a impunidade devido à falta de justiça. O resultado é o custo de vida crescente, piores condições de qualidade de vida e a sonegação, a corrupção e falta de transparência nas contas públicas.
Muito embora os atuais políticos queiram nos fazer acreditar, no Brasil nunca tivemos luta de classes de verdade; a tensão social sempre foi entre o Estado, ou seus donos, e a Sociedade, especialmente os brasileiros desprovidos de privilégio. E não será com poucos privilégios, como a questão de cotas nas universidades que iremos fazer a diferença. Não descarto que a questão das cotas tenha um impacto positivo, seguramente, mas também tem um impacto negativo muito grande, é e está sendo mais um motivo para nos desviarmos do compromisso com a educação fundamental, para que ela seja o grande diferencial na vida de todos os brasileiros.
"A qualidade do ensino público só melhora na Universidade porque nela estão os formadores de opinião pública e um seleto público votante". (Gerhard Erich Boehme)
Já que estamos nos aproximando da Copa do Mundo, inclusive no Brasil, e das Olimpíadas, aqui vale uma reflexão, até hoje, exceto o primeiro grande craque brasileiro do futebol, Arthur Friedenreich, que defendeu inicialmente o Sport Club Germânia, equipe que disputou 26 vezes o Campeonato Paulista de Futebol, conquistando o título nos anos de 1906 e 1915, foram raros os esportistas brasileiros que tiveram seus talentos despertados e aperfeiçoados em suas respectivas escolas. E isso também deve nos encher de vergonha, pois esta realidade mostra como as escolas não fazem parte de nossas vidas, como o potencial de milhões de brasileiros são destruídos, escondidos ou ...
Hoje vivemos dando sustentação a um circo promovidos pelos nossos políticos, promovem uma falsa luta entre esquerda e direita, uma falsa luta de classes, uma falsa luta entre as etnias dais quais descendemos, etc... ... perdemos assim a possibilidade de discutirmos aspectos éticos, os nossos princípios e valores. E como bem nos lembra o Luciano Pires, temos os nossos refugiados éticos.
Não podemos inverter as coisas, como bem nos lembra o Luciano Pires, recomendo, portanto, que leiam o novo livro de Luciano Pires: "Nóis...qui invertemo as coisa."
Este livro foi lançado este ano. É mais um divertido bestseller.
“No Brasil de hoje não é mais o mérito que determina o valor das pessoas, mas sua ideologia. Sua cor. Sua raça. Falar bem o idioma é motivo de piada. Ser elite é quase uma maldição. Música de sucesso é aquela que for mais escatológica. O homem honesto aparece na televisão como se fosse algo inédito. Roubar é normal. Bala perdida é normal. Corrupção é normal. Vivemos uma inversão de valores sem precedentes e é contra esse estado das coisas que devemos gritar” (Luciano Dias Pires Filho)
http://www.lucianopires.com.br/cafebrasil/podcast/?Pagina=/2009/12/04/refugiados-eticos/
Com a república, passamos a ter a sociedade dos privilegiados. Este negócio de direita e esquerda permite que entrem em cena atores de um enredo menor num país onde o Estado sempre soube definir-se como um fim em si mesmo, como uma encarnação falsificada da Nação. O Estado sempre foi propriedade privada de poucos, e por isso Brasil nasceu e cresceu desigual. A maioria, ou o povo, esta entidade sem rosto, multidão silenciosa e amorfa, sempre foi coadjuvante da sociedade do privilégio e, basicamente, é gente demais para dividir a pouca riqueza existente.
A democracia de massa no Brasil, a oclocracia, é fenômeno muito recente, e seu aparecimento em meados dos anos 1980 tem a mais inesperada conseqüência: a hiperinflação. O leitor já parou para pensar por que a inflação vai de 100% anuais para 84% mensais de 1984 a 1989 durante os primeiros anos de democracia depois de três décadas de ditadura?
A resposta para este enigma é simples: o Povo quis participar da Sociedade do Privilégio, anseio absolutamente legítimo, pois se as políticas públicas eram dirigidas a setores “especiais” ou “estratégicos”, por que exatamente alguém, qualquer pessoa, deve ser excluído desta categoria? Por que apenas alguns e não todos não são merecedores das benesses do Estado?
Os primeiros anos da nossa democracia de massa produziram a hiperinflação por que a dinâmica política foi a de “incorporar” todo mundo que aparecesse, todos que quisessem podiam ter a sua Emenda no Orçamento, a sua “Conquista” consagrada na Constituição, seu programinha de apoio no contexto da “Política Industrial”, todo o país passou a ser “estratégico”, e por força do Princípio da Isonomia, todos passaram a merecer o direito a algum pequeno Cartório pelo menos igual ao do vizinho. Todos se tornaram Credores do Estado, e portanto cobradores implacáveis da Dívida Social.
O novo Estado Democrático, diante destes anseios, adotou um modelo de “Clientelismo de Massa”, cujo espírito ainda permanece muito vivo, e que consiste em estender a todos os brasileiros algum Privilégio, via orçamento, ou via regulação, por que todos têm direito. É o Espírito (da Constituição) de 1988.
Todavia, como o Estado não é criador de riqueza, apenas um veículo de transferência, o modelo rapidamente se revelou impraticável. O nobre propósito de “incluir os excluídos” a qualquer custo, acabou corrompido pelo fato de que o dinheiro advinha da tributação do próprio “excluído” através da inflação. Ou das futuras gerações através de dívidas crescentes.
Todos têm direito, mas simplesmente não é possível conceder tantos privilégios a tanta gente; não vamos acabar com a Sociedade do Privilégio multiplicando Direitos e Privilégios de forma irreal.
Com efeito, quem vai terminar com a sociedade do privilégio é a economia de mercado, e isso assusta as esquerdas, e não é outro o motivo pelo qual a estabilização, a abertura, a desregulamentação, e a privatização geraram tantas tensões.
A economia de mercado é subversiva numa sociedade do privilégio pois propugna a competição, a impessoalidade e a meritocracia, e dispensa, tanto quanto possível a interveniência de um Estado cheio de vícios.
Só uma verdadeira e bem urdida sociedade do privilégio consegue o prodígio de alijar a economia de mercado do sistema político-partidário, e consegue nos impor quatro candidatos a desancar o que chamam de “o modelo neoliberal”, cada qual propondo, em diferentes vestimentas, a extensão de novos privilégios e o crescimento do Estado.
Uma coisa é certa, como o Luciano Pires nos alerta, nos faltam princípios e valores, e digo mais, nos falta entender nossa história, em especial a história brasileira, com os feitos do engenheiro André Pinto Rebouças, do engenheiro Alfred d’Escragnolle Taunay, o Visconde Taunay e em especial, de Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, principalmente por termos o ano de 2010 como o Ano Nacional de Joaquim Nabuco.
Desejo Feliz 2010 e boa leitura:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do?select_action=&co_autor=55
Abraços,
Gerhard Erich Boehme
gerhard@boehme.com.br
(41) 3095-8493
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Skype: gerhardboehme
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Teste a velociadade de sua conexão:
http://speedtest.copel.net/speedtest.swf
¹ Discriminação espacial e falta de educação
O nosso compromisso deve ser com a eliminação do analfabetismo, em especial o analfabetismo funcional e combatermos a discriminação espacial em nossa sociedade. Vale lembrar que 64% dos brasileiros são analfabetos funcionais, pois assim podem ser classificados aqueles que não possuem a competência para redigir um texto que relate o seu dia de ontem.
A questão da violência no Brasil é grave e no Rio de Janeiro há muito tempo se perdeu o controle, começou com a leniência do brasileiro frente à “malandragem do carioca”, enaltecida e “glamourizada” até mesmo por Walt Disney com seu personagem Zé Carioca (http://pt.wikipedia.org/wiki/Alô,_amigo).
Depois com Getúlio Vargas protegendo moradores de áreas que deveriam ser saneadas, mas que seguia a tradição iniciada pelos políticos cariocas e brasileiros, então ainda na Capital do Brasil. Com o governador e médico Cândido Barata Ribeiro foi iniciada a fracassada República, o pontapé inicial foi a quartelada que muitos chamam de “Proclamação da República”, com seu notório populismo, o descaso público frente às favelas, sem um projeto de urbanização, e com a leniência das autoridades frente ao desrespeito ao patrimônio público e privado, com a ocupação de áreas impróprias. Tivéssemos um Duque de Caxias ainda vivo seguramente tal afronta ao povo brasileiro não teria ocorrido, o Brasil seguiria seu pujante desenvolvimento com o III Império.
Merece ser destacado, como um marco no que se refere à discriminação espacial no Brasil, um fato que ocorreu na gestão de Cândido Barata Ribeiro como prefeito em 1893, quando foi decidida a realização de uma "mega operação de limpeza", de saneamento, demolindo estalagens anti-higiênicas e cortiços que se localizavam no centro do Rio de Janeiro. O maior deles, com cerca de 4 mil pessoas, chamava-se Cabeça-de-Porco, que serviu de inspiração para o romance “O Cortiço” de Aluísio de Azevedo. Como este, havia quase 600 cortiços no centro da cidade, que abrigavam cerca de 25% da população carioca.
O avô das favelas:
http://www.favelatemmemoria.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=63&from_info_index=6&sid=4
A discriminação espacial, fruto do descaso público e da falta de compromisso com planos diretores e que é, seguramente, após a falta de educação fundamental de qualidade, a principal causa da escalada de violência no Brasil, ainda mais agora, ao sabor de programas populistas e irresponsáveis como o “Minha casa, Minha vida”. Os despejados acabaram migrando para os morros próximos, inclusive o Morro da Favella (hoje Favela da Providência), dando origem à primeira favela brasileira (e à própria expressão “favela”).
"A qualidade do ensino público só melhora na Universidade porque nela estão os formadores de opinião pública e um seleto público votante". (Gerhard Erich Boehme)
O resultado desta discriminação espacial produziu no Rio de Janeiro as suas atuais quase 1.000 favelas e urbanizações populares, estas pautadas pela discriminação espacial, a exemplo da “Cidade de Deus”, a ausência do poder público é uma constante, são lugares onde as polícias não entram ou não se fazem presente. É o estado ausente onde deveria atuar.
“Um Estado, o chamado 1º Setor, deve apenas atuar subsidiariamente frente ao cidadão e não estar voltado para ocupar o papel que cabe ao 2º Setor - pois assim se cria o estado empresário e com ele fomenta-se o clientelismo, a corrupção e o nepotismo - ou 3º Setor - pois assim se promove o Estado populista que cria ou alimenta os movimentos (antis)sociais, o paternalismo e o assistencialismo, bem como que abre espaço para a demagogia político e perda da liberdade e responsabilidade do cidadão. Caso contrário ele acaba criando o 4º Setor - quando o poder coercitivo (tributação, defesa nacional, justiça e segurança pública) do Estado deixa de ser exercido por ele e é tomado por parte de segmentos desorganizados ou não da sociedade - cria-se então o Estado contemplativo, que prega a mentira, pratica a demagogia e o clientelismo e cria o caos social através da violência e desrespeito às leis”. (Gerhard Erich Böhme)
Entenda melhor: http://www.youtube.com/watch?v=GwGpTy-qpAw
Mas isso não é privilégio do Rio de Janeiro, pequenas cidades brasileiras, pois lá também temos a escravização do trabalhador brasileiro através da excessiva carga tributária.
Além de ser um verdadeiro manicômio, a carga de impostos, taxas e contribuições cobradas das pessoas e empresas drena todos os recursos da sociedade que poderiam estar sendo aplicados na produção e consumo, sem contar que limitam os juros, os recursos para criar e desenvolver os negócios, criar novos produtos e principalmente remunerar dignamente aqueles que optaram por se abdicar do consumo no passado confiando no empreendedorismo e a realização profissional.
"Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção éticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado ao deficiente físico ou mental ." (Gerhard Erich Boehme)
Assim, além de simplificar a legislação tributária, a União, os estados e municípios deveriam se comprometer em reduzir significativamente a carga de impostos. Este entrave expõe o brasileiro à escravidão, pois contribui e os recursos não retornam à sociedade através de serviços públicos de qualidade, em especial o ensino básico de qualidade e a segurança pública. Atualmente temos a perda de liberdade de ir e vir em muitos lugares e períodos do dia, sem contar o elevado custo de vida resultante com as despesas para conferir ao cidadão melhores condições de segurança. O cidadão é penalizado, pois paga impostos para ter segurança pública, aloca recursos na segurança pessoal e sofre os resultados (prejuízos materiais, morais, físicos, sem contar as vidas humanas que são imensuráveis) da violência e a impunidade devido à falta de justiça. O resultado é o custo de vida crescente, piores condições de qualidade de vida e a sonegação, a corrupção e falta de transparência nas contas públicas.
A discriminação espacial, com seus conjuntos de casas populares, nestes casos é mais grave, pois geram a violência por uma série de razões, dentre as quais destaco:
1. não permitem que as crianças tenham espaço para brincar sob os olhos dos pais ou responsáveis, já que em tenra idade são “expulsas” para as ruas, com todo tipo de influência negativa; fazendo com que a educação não venha de pessoas responsáveis, mas de oportunistas que se apropriam de nossas crianças para iniciá-las na criminalidade ou em atividades sexuais;
2. as famílias não possuem condições, em seu espaço físico, de exercer uma atividade econômica, como uma oficina, um atelier, etc., nem hoje e muito menos no futuro, assim destruindo qualquer iniciativa de voltada ao empreendorismo;
3. as famílias, impossibilitadas pela área disponibilizada, não podem ampliar as suas construções de forma que tenham uma vida mais digna e que acompanhe o seu crescimento natural, com a chegada dos filhos ou mesmo a vinda de pais ou parentes em idade mais avançada;
4. as famílias ficam impossibilitadas de terem uma complementação da alimentação, através de árvores frutíferas, hortas ou criação de pequenos animais (galinhas, codornas, etc);
5. as famílias, devido a irracional ocupação dos espaços, ficam privadas de sua intimidade;
6. as famílias ficam impossibilitadas de ampliarem as suas residências, conferindo a elas mais conforto, qualidade de vida e praticidade;
7. as famílias ficam impossibilitadas de investirem suas poupanças, tempo e recursos em suas residências, possibilitando o aumento natural do valor de seu patrimônio;
8. as famílias passam a ocupar o espaço sem preocupações com o ambiente que as cercam, criando e agravando os impactos ambientais e deteriorando o espaço urbano.
Minha casa, Minha vida é um estelionato eleitoral, reforça a cultura da lombada com suas cidades de deus:
"Cidade de Deus, o berço da criminalidade institucionalizada no Brasil foi construída pela COHAB e financiada pelo BNH, a Cidade de Deus foi construída pelos governadores do Estado da Guanabara de 1965 até 1970, idealizado pelo populista da extrema direita, Carlos Lacerda, cassado na Contra-Revolução de 1964, e concluído pelo então governador Negrão de Lima entre os anos 1968 e 1970.
Manteve-se a discriminação espacial, que antes os confinavam em favelas como Praia do Pinto, Parque da Gávea, Ilha das Dragas, Parque do Leblon, Catacumba e Rocinha. Atravessada pelo Rio Grande e seu afluente Estiva, a Cidade de Deus passou a ter um crescimento interno desordenado, observando-se um processo de favelização ao longo desses canais.
Junto ao conjunto surgiram as comunidades do Muquiço, Santa Efigênia, travessa Efraim, Rocinha II e Jardim do Amanhã II, além de mais discriminação espacial institucionalizada, com os novos conjuntos habitacionais como o Vila Nova Cruzada e o Jardim do Amanhã. Em 1997, com a inauguração da "Linha Amarela", a Cidade de Deus seria seccionada: de um lado os Conjuntos Margarida, Gabinal etc e, do outro, o restante das antigas glebas, as duas partes interligadas por passarelas. A vida no bairro inspirou o filme brasileiro "Cidade de Deus", baseado no romance homônimo de Paulo Lins, com roteiro de Bráulio Mantovani, dirigido por Fernando Meirelles. Lançado em 2002 no Brasil e, posteriormente, no exterior, o filme teve enorme sucesso, recebendo inúmeros prêmios e indicações. Infelizmente não trouxe à reflexão dos brasileiros, hoje pocotizados, como bem nos lembra Luciano Pires (www.lucianopires.com.br) em seu bestseller, para a questão da discriminação espacial no Brasil, decorrente de falta de políticas públicas consistentes, como Plano Diretor e Agenda 21 Local." (Gerhard Erich Boehme)
A questão é que, por uma serie de fatores, a violência tomou conta da sociedade brasileira e segundo estudos do IPEA, este de 2004, já era responsável por comprometer mais de 5% de nosso PIB. Mais recentemente citam 10%, percentual mais próximo da realidade, face o estudo do IPEA não considerar pontos importantes. E isso em uma época em que o Professor Pochmann ainda não fazia suas ingerências políticas na entidade. Mas se consideramos a perda com o turismo, podemos estimar valores acima de 20% do PIB. Se compararmos o nosso potencial com a Espanha, de 35 a 40% do PIB. E pensar que temos pela frente a Copa do Mundo de Futebol em 2.014 e as Olimpíadas de 2.016. Acaso não foi irresponsabilidade aceitar estes desafios?
http://www.nevusp.org/portugues/index.php?option=com_content&task=view&id=199&Itemid=29
http://desafios2.ipea.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=6177
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG77064-6009,00-DO+PIB.html
Temos hoje o gasto com a violência comprometendo mais de 5% de nosso PIB (Em 2004 eram R$ 95 bilhões/ano), isso segundo estudos do IPEA, que é entidade do Governo Federal. E segundo que o Brasil se tornou recordista mundial em acidentes de trânsito, com mais de 100 mortes por dia. Isso mesmo, somente uma pessoa ignorante não se comove com esta questão, mas se comovem com um personagem de novela que sofre um acidente no Reino da Jordânia, enquanto que a realidade está batendo a nossa porta, por conta dos incompetentes que elegemos, a começar por aquele que nos dá o pior exemplo.
Somos também recordistas de acidentes de trabalho, o Brasil tem 410 mil acidentes de trabalho por ano, que matam 3 mil brasileiros e custam R$ 32 bilhões ao país. Estes acidentes de trabalho matam oito trabalhadores brasileiros por dia e esta conta pode ser muito maior, já que não inclui os 40 a 80 milhões de brasileiros da economia informal. Números macabros retratam o descuido de boa parte do empresariado com as normas de segurança e com seus funcionários, mas de responsabilidade do Estado fiscalizar e antes de tudo, responsabilidade de nossas escolas formar cidadãos com noções básicas.
E no trânsito? Nos alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS), que nos mostra que o Brasil tem o quinto maior número de mortes no trânsito de todo o mundo. O dado foi divulgado com a publicação do maior estudo já realizado sobre o impacto dos desastres para a saúde.
Não temos dados mais atualizados, pois a OMS utilizou dados de 2007, com o objetivo de comparar todos os países. Segundo dados oficiais naquele ano, houve 35,1 mil mortes causadas por desastres com automóveis no Brasil. Especialistas acreditam que esse número pode ser bem maior, pois só são contabilizadas as mortes que ocorrem no local do acidente.
Recomendo que leia também o livro: Guerra Civil: Estado e Trauma de Luis Mir.
Em seu livro, o espanhol Luís Mir diz que nosso país está vivendo uma verdadeira guerra civil, em que as pessoas se matam entre elas ou são fuziladas pela polícia, principalmente a tiros, e nas favelas. Ou seja: as vítimas desta guerra são os pobres, que vivem em permanente estado de tensão e terror. As mortes chegam a 150 mil por ano e custam, para o Estado, metade do que o país gasta com saúde. Não existe no mercado nenhum outro livro igual a este, que é absolutamente inédito e original. Guerra Civil: Estado e Trauma, com quase mil páginas, é um estudo sobre a guerra civil brasileira e suas vítimas, desnuda com precisão documental, propriedade moral e serenidade investigatória essa verdadeira tragédia nacional, atordoante e aterradora.
E assim é hoje escrita a história brasileira, bilhões são colocados a serviço da corrupção e aos milhares, dezenas de brasileiros morrem nas estradas, outras tantos morrem no trabalho e o mais grave, mais de uma centena morre resultado da violência.
"Bens e serviços públicos têm como característica essencial a impossibilidade de limitar o seu uso àqueles que pagam por ele ou a impossibilidade de limitar o acesso a eles através de restrições seletivas, com uma única exceção éticamente aceitável: o privilégio ou benefício dado ao deficiente físico ou mental ." (Gerhard Erich Boehme)
sexta-feira, dezembro 25, 2009
terça-feira, dezembro 22, 2009
556) Bolivar: a visao mitica (talvez mistificadora)
Panegíricos são sempre associados a grandes homens (ou mulheres, mas estas são mais raras). Grandes homens são seres quase perfeitos. Agora é a vez de Bolivar.
baixo a versão chavista...
LA HERENCIA DE BOLÍVAR
Luis Britto García
Dos testamentos dicta el Libertador en San Pedro Alejandrino diez días antes de morir el 17 de diciembre de 1830. En el civil, declara que ³no poseo otros bienes más que las tierras y minas de Aroa, situadas en la provincia de Carabobo, y unas alhajas que constan en el inventario que debe hallarse entre mis papeles (Š)². En el político, refiriéndose a la Gran Colombia, declara ante la posteridad: ³Al desaparecer de en medio de vosotros, mi cariño me dice que debo hacer la manifestación de mis últimos deseos. No aspiro a otra gloria que a la consolidación de Colombia. Todos debéis trabajar por el bien inestimable de la unión; los pueblos obedeciendo al actual gobierno para libertarse de la anarquía; los ministros del Santuario, dirigiendo sus oraciones al cielo, y los militares empleando su espada en defender las garantías sociales. Colombianos: Mis últimos votos son por la felicidad de la patria. Si mi muerte contribuye para que cesen los partidos, y se consolide la unión, yo bajaré tranquilo al sepulcro" (Lecuna, T. 3. 1947: 823-824). No hay más posteridad que la obra. Por ella vivimos y sobrevivimos. Para saber cuán presente está Bolívar, basta verificar cómo perdura su obra perdura. Para apreciar cuán vivos estamos, debemos valorar cómo acrecentamos su legado. Recapitulemoslo.
EMANCIPACIÓN
Desde el juramento en el Aventino en 1808 y su primer discurso público ante la Sociedad Patriótica en 1810 hasta su proclama final en 1830, la emancipación es la meta de los sentimientos, las ideas, las acciones del Libertador. A ella sacrifica bienes, familia, amistades, salud. Nos deja la plena emancipación política. Nos lega la tarea de perfeccionar la social, la económica, la estratégica, la cultural. Bolívar tiene todavía que hacer en América, dijo Martí. Pero sólo puede cumplirlo mediante sus herederos. Nuestra emancipación se llama hoy en día antiimperialismo. El Imperio ya no es España, sino Estados Unidos.
SOBERANÍA POPULAR
Bolívar comparte con Rousseau la convicción de que la soberanía reside en el pueblo, de que éste no puede en forma alguna cederla ni enajenarla de la misma manera que no puede darse en esclavitud a otro, pues la locura no crea derechos. De la soberanía popular emana todo poder, y ésta es máxima que Bolívar sistemáticamente reconoce en proclamas y decretos. Al reafirmarse las fuerzas patriotas en Guayana, el 15 de febrero de 1819 abre su discurso ante el Congreso de Angostura en los siguientes términos: ³Señor: ¡Dichoso el ciudadano que bajo el escudo de las armas de su mando ha convocado 1a soberanía nacional, para que ejerza su voluntad absoluta!² Por consiguiente tales poderes, el de legislar, el de aplicar las leyes, el de juzgar controversias, no pueden ser enajenados ni cedidos a potencias, tribunales ni árbitros extranjeros. Enajenar soberanía es traicionar al pueblo en su absoluta voluntad, y la traición no crea derechos.
REPÚBLICA
En tiempos de la Independencia inquietó a algunos próceres la tentación monárquica. Se independizó Brasil coronando a Dom Pedro I. El mexicano Iturbide se hizo nombrar Emperador. San Martín consideró alguna vez la idea de traer testas coronadas europeas a reinar en América. Bolívar rechazó categóricamente tales proyectos. Aparte de que violaban el ideario republicano, temió que la introducción de príncipes europeos importara en América las rencillas dinásticas del Viejo Mundo. También en el Discurso de Angostura, proclama Bolívar de una vez por todas: ³El gobierno republicano ha sido, es y debe ser el de Venezuela; sus bases deben ser la soberanía del pueblo, la división de los poderes, la libertad civil, la proscripción de la esclavitud, la abolición de la monarquía y de los privilegios² (Blanco Fombona: 67-70). Numerosas intrigas se urden para tentar a Bolívar con una corona: siempre la rechaza categóricamente, sea la distinción propuesta real o simbólica. Apenas le es conferido el honorífico título de Libertador el 14 de octubre de 1813 por el Cabildo Municipal de Caracas, de una vez y para siempre lo proclama ³título más glorioso y satisfactorio para mí que el cetro de todos los imperios de la tierra². Y un año antes de morir, desde Popayán, el 6 de diciembre de 1829 manifiesta a Antonio Leocadio Guzmán: "No son pocos los que me han hablado de un sistema monárquico y en diferentes épocas, pero siempre he dicho lo que pienso en tal asunto. La nación puede darse la forma que quiera, los pueblos han sido invitados de mil modos a expresar su voluntad y ella debe ser la única guía en las deliberaciones del congreso; pero persuádase Ud. y que se persuada todo el mundo que yo no seré el rey de Colombia ni por un extraordinario evento, ni me haré acreedor a que la posteridad me despoje del título de Libertador que me dieron mis conciudadanos y que halaga toda mi ambición" (Lecuna, T. 3. 1947: 379). Deslegitimadas por la voluntad popular y el ridículo las coronas políticas, en América se yerguen los tronos hereditarios y absolutos de la plutocracia y del capital. Nuestra República de hoy es el socialismo.
DEMOCRACIA
Democracia es gobierno de la mayoría, pero las incipientes Repúblicas, comenzando por Estados Unidos, siguiendo con Francia y luego con Venezuela en su Constitución de 1811, condicionan el derecho de elegir y ser elegido a la posesión de cierta renta o cantidad de bienes. Son Leyes Fundamentales que bajo el estandarte de la igualdad republicana preservan de hecho la desigualdad oligárquica. Apenas la constitución jacobina de 1793 y el proyecto de Constitución que propone Bolívar en 1826 para Bolivia dejan atrás estas rémoras. En esta última se requiere apenas que el votante sepa leer y escribir, o que ejerza una profesión: ³No se exigen sino capacidades, ni se necesita de poseer bienes, para representar la augusta función del Soberano; mas debe saber escribir sus votaciones, firmar su nombre, y leer las leyes. Ha de profesar una ciencia, o un arte que le asegure un alimento honesto. No se le ponen otras exclusiones que las del crimen, de la ociosidad y de la ignorancia absoluta. Saber y honradez, no dinero, es lo que requiere el ejercicio del Poder Público²(Discurso al Congreso Constituyente de Bolivia, Lima, 25 de mayo de 1826). Durante más de medio siglo, sin embargo, seguirán los requisitos económicos para el sufragio impidiendo expresarse a la voluntad popular. Nuestra democracia de hoy, además de política, ha de ser social y económica.
LIBERACIÓN DE LOS ESCLAVOS Y DE LOS INDÍGENAS
Bolívar libera sus propios esclavos desde 1814, a condición de que se incorporen a las filas patriotas. En 1816 promete la libertad de los esclavos a Alexander Petion, y ya el 27 de junio de ese año expresa desde Carúpano que ³he proclamado la libertad absoluta de los esclavos². Y el 6 de julio, desde la villa de Ocumare, reitera: ³Esa porción desgraciada de nuestros hermanos que ha gemido bajo las miserias de la esclavitud ya es libre. La naturaleza, la justicia y la política piden la emancipación de los esclavos: de aquí en adelante sólo habrá en Venezuela una clase de hombres, todos serán ciudadanos² (Blanco Fombona, 2007:199). El 11 de marzo de 1818, un día después de la toma de Villa de Cura, expide un bando en el cual dispone que: "Abolida la esclavitud en Venezuela todos los hombres que antes eran esclavos se presentarán al servicio para defender su libertad². Desde la instalación del Congreso de Angostura, solicita y obtiene de todos los cuerpos constituyentes que ratifiquen la medida.
En cuanto a los indígenas, el 20 de mayo de 1820 promulga desde la villa del Rosario de Cúcuta decreto en el cual ordena devolver a los indígenas las tierras de los resguardos y les otorga instrucción primaria gratuita y obligaria. El 4 de julio de 1825 decreta en Cuzco la eliminación del servicio personal exigido mediante mitas faenas, séptimas, mita y pongueaje, y dispone que cada indígena, de cualquiera sexo o edad que sea, recibirá un topo de tierra en los lugares pingües y regados, y en los lugares privados de riego y estériles, dos topos. La propiedad del subsuelo de tales tierras y de los recursos sigue perteneciendo en forma inalienable a la Nación. Las dos categorías de seres más atropelladas por el sistema colonial adquieren así el derecho a integrarse en la medida de sus deseos a la indivisible comunidad de la República. Para ese entonces el capital consolida una nueva forma de esclavitud y servidumbre, el salariado. La liberación a cumplir hoy en día es la de los trabajadores.
NACIONALIZACIÓN
Bolívar efectúa en el territorio de las repúblicas liberadas las dos mayores nacionalizaciones que registra nuestra historia, y en ambos casos de los dos recursos más decisivos para la economía de la época y de la actual. El 3 de septiembre de 1817 desde Guayana promulga Decreto sobre Secuestro y Confiscación de Bienes de los Españoles y sus partidarios, que abarcan la mayor parte de la propiedad territorial de la época. Ya el 17 de septiembre de 1825 escribe desde La Paz al vicepresidente Santander: "Yo he decretado aquí que todas las minas perdidas y abandonadas pertenecen de hecho al gobierno para pagar la deuda nacional². Luego expide decreto en Quito el 24 de octubre de 1829, para normar la minería en la Gran Colombia, en el cual pauta que ³Las minas de cualquier clase corresponden a la República². Tales nacionalizaciones proceden mediante confiscación, vale decir, mediante apropiación revolucionaria y sin indemnización de los bienes afectados. La de las tierras tiene por objeto su inmediata redistribución social entre quienes han luchado por la independencia, de acuerdo con su grado y sus servicios, reparto que prevé la posible explotación por comunidades o sociedades. De haberse cumplido según lo previsto, hubiera culminado en la más amplia Reforma Agraria jamás llevada a cabo en América Latina. La hicieron fracasar administradores mal intencionados, que en lugar de tierras repartieron bonos transferibles, los cuales al poco tiempo los necesitados patriotas vendieron por menos del cinco por ciento de su valor a favor de usureros y de la nueva oligarquía de oficiales republicanos. En cuanto al subsuelo, hasta hoy permanece como propiedad indivisa e inalienable de nuestras Repúblicas, que sólo puede ser cedida temporalmente mediante concesión soberana. La herencia de Bolívar comprende la soberana e inajenable potestad del pueblo sobre suelo y subsuelo. Este principio sólo se honra aplicándolo.
INTEGRACIÓN
Desde su primera intervención pública, Bolívar piensa en la independencia como obra continental. ³Pongamos sin temor la piedra fundamental de la libertad suramericana: vacilar es perdernos² expresa en el discurso ante la Sociedad Patriótica en 1810 (Pérez Vila: 8). La libertad, bien lo ha dicho, es suramericana: quiere emancipación continental, no del municipio ni de la parroquia. ³Para nosotros la patria es la América; nuestros enemigos los españoles; nuestra enseña la independencia y libertad², proclama el 12 de noviembre de 1814 en Pamplona (Blanco Fombona: 54). ³Yo no: yo no quiero gobiernitos: estoy resuelto a morir entre las ruinas de Colombia peleando por su ley fundamental y por la unidad absoluta², escribe desde Pasto el 8 de enero de 1823 a Santander (Guzmán, T.I :351). Sin la menor vacilación extiende la acción libertadora sobre lo que hoy son Venezuela, Colombia, Panamá, Ecuador, Perú, Bolivia. En 1826 proyecta independizar Cuba y Puerto Rico. El mismo año convoca el Congreso de Panamá, para unir en confederación perpetua las repúblicas americanas. Por la ruta de la Historia va Bolívar borrando fronteras políticas y estrechando lazos americanos. Para grandes hombres sólo hay Patrias Grandes.
NATURALEZA
La patria es el pueblo, pero también el ámbito donde éste habita. Amante de la naturaleza por su infancia en San Mateo y por la educación que le impartió Simón Rodríguez; conocedor de ella por su amistad con Alexander von Humboldt y con Aimé Bonpland, Bolívar se preocupa tempranamente por el agotamiento de las aguas y de los bosques, y dicta decretos para incrementar el cauce de los ríos mediante la arborización y los canales, así como medidas para inventariar y estudiar las plantas útiles y medicinales y proteger y fomentar la cría de las llamas y de otras especies animales. En aquellos tiempos podía parecer la naturaleza inagotable; sólo una inteligencia profunda podía avizorar el riesgo de su destrucción y lo indispensable de las medidas para preservarla. La Humanidad ha de volver a la Naturaleza, como que la una no puede existir sin la otra; como que ambas son la misma cosa.
HONRADEZ
Bolívar nace rico y sale del poder pobre. Aquellos que llegan al poder buscando provecho, no deben salir ricos: deben salir.
INMORTALIDAD
El 3 de septiembre de 1817 Bolívar escribe desde Guayana al padre del mayor William Chamberlain, cuyo hijo había muerto en batalla: ³Aquel que asegura su honor dedicando su vida al servicio de la humanidad, a la defensa de la justicia y al exterminio de la tiranía, adquiere una vida de inmortalidad al dejar el marco de materia que el hombre recibe de la naturaleza. Una muerte gloriosa triunfa sobre el tiempo y prolonga la sublime existencia hasta la más remota posteridad: el mayor Chamberlain ha obtenido ese favor del destino² (Guzmán T.2: 439-440). Mas la inmortalidad no es un favor: su costo es sobrehumano y dura apenas unos cuantos de esos segundos que los mortales llaman siglos, según los calificó Bolívar en ³Mi delirio sobre el Chimborazo². Si la eternidad dura un instante, el instante puede ser eterno mediante su empleo acertado. Los segundos que transcurren para nuestros pueblos son los que nos legó Bolívar. La herencia hace al heredero, o lo destruye. Una generación se sacrificó por dejarnos esta herencia. Todas las venideras serán sacrificadas si no estamos a su altura. Nuestro deber es merecerla.
Fuentes:
Blanco Fombona (comp.) (2007) Discursos y proclamas. Caracas: Fundación Biblioteca Ayacucho.
Guzmán Noguera, Ignacio de (comp.) (1983). El Pensamiento del Libertador. II Tomos. Caracas: Consejo Municipal de Caracas.
Lecuna, Vicente (Comp.) (1947). Simón Bolívar: Obras Completas, III Tomos. La Habana: Editorial Lex.
Pérez Vila, Manuel (comp.) (1979) Doctrina del Libertador. Caracas: Editorial Ayacucho.
http://luisbrittogarcia.blogspot.com
Versión en francés: http://luisbrittogarcia-fr.blogspot.com
Bibliografía: http://luis-britto.blogspot.com
segunda-feira, dezembro 14, 2009
555) Morte do economista Paul Samuelson
Em complemento ao obituario do New York Times já por mim publicado no blog Diplomatizzando (Morte de um keynesiano irredutivel: Paul Samuelson), eis o obituario de sua alma mater, o MIT
Nobel-winning economist Paul A. Samuelson dies at age 94
In a career that spanned seven decades, he transformed his field, influenced millions of students and turned MIT into an economics powerhouse.
Greg Frost, MIT News Office
December 13, 2009
Paul Samuelson, an Institute Professor Emeritus and Gordon Y Billard Fellow at MIT, who passed away on Sunday.
MIT economist Paul A. Samuelson, the Nobel laureate whose mathematical analysis provided the foundation on which modern economics is built and whose textbook influenced generations of students, died today at his home in Belmont, Mass. He was 94.
Samuelson, an Institute Professor Emeritus and Gordon Y Billard Fellow at MIT, was one of the world’s leading economists for more than half a century. When he became the first American to win the Nobel Memorial Prize in economics in 1970, a year after the prize was created, the Swedish Royal Academy said that he “has done more than any other contemporary economist to raise the level of scientific analysis in economic theory.”
Twenty-six years later, in 1996, when he was awarded a National Medal of Science, America’s top science honor, President Bill Clinton praised his “fundamental contributions to economic science, specifically general equilibrium theory and macroeconomics, and to economic education and policy over a period of 60 years.”
Samuelson’s contributions to the field were so numerous and fundamental that they lend themselves to description in more general terms. "If you did a time and motion study of what any modern economist does at work, you would find that an enormous proportion of standard mental devices trace back to Paul Samuelson's long lifetime of research,” said MIT Institute Professor Emeritus Robert Solow. “What I can add about my beloved friend of 60 years is that he had a marvelous intuition about how a market economy had to be. 'It must work like this,' he would say. 'Now all we have to do is prove it.' There was no one like him."
Samuelson was instrumental in bringing the MIT Department of Economics, which did not train graduate students when he joined it in 1940, to its current stature as a world-renowned research and teaching institution. Reflecting on this at a dinner in 1991 celebrating the establishment of the department’s Samuelson Chair in Economics, Samuelson referred to the department’s development as a “scientific miracle.” Admonishing the audience not to believe “that this was my handiwork alone,” he said that the department, from 1941 to 1960, “went from being a mediocre service department to becoming No. 1 on all foundations’ ranking of departments.” In fact, he quipped, by the mid-1960s the U.S. Department of Justice’s antitrust division was starting to fret about MIT's garnering of most of the National Science Foundation fellowships awarded in economics.
“Two factors explain our success,” Samuelson wrote in 2000. “One, MIT's renaissance after World War II as a federally supported research resource. Two, the mathematical revolution in macro- and micro-economic theory and statistics: this was overdue and inevitable — MIT was the logical place for it to flourish.”
As MIT President Susan Hockfield framed it, “Paul Samuelson transformed everything he touched: the theoretical foundations of his field, the way economics was taught around the world, the ethos and stature of his department, the investment practices of MIT, and the lives of his colleagues and students. Intellectually and personally, his vision created the intensely collaborative culture of MIT's Department of Economics, and in everything he did, he represented the very best of MIT.”
‘One of the giants’
Samuelson produced the best-selling economics text of all time, Economics: An Introductory Analysis. First published in 1948 and originally prepared for MIT’s then-mandatory undergraduate economics course, Samuelson’s textbook was the first to explain the principles of Keynesian economics to beginning economics students. It has been translated into 40 languages, and is now in its 19th edition in English. The textbook has sold nearly four million copies over a span of 60 years.
Samuelson’s textbook influenced generations of students, said James Poterba, MIT’s Mitsui Professor of Economics and former head of MIT’s Department of Economics. He noted that for decades, future scholars, policy-makers, and business executives were introduced to contemporary economics by Samuelson’s book. “He leaves an immense legacy, as a researcher and a teacher, as one of the giants on whose shoulders every contemporary economist stands,” Poterba said.
In the area of policy, Samuelson never held a major government post but, true to his belief that economists should be involved in social issues, he served as an adviser to Presidents John F. Kennedy and Lyndon B. Johnson and was a consultant to government, foundations and companies. He also commented frequently on economic policy matters and for years made his views known to the public through a column in Newsweek magazine.
Often referred to as an economist’s economist, Samuelson once wrote: “In this age of specialization, I sometimes think of myself as the last ‘generalist’ in economics. My interests range from mathematical economics to current financial journalism.”
Samuelson continued to work long after his official retirement in 1985, arriving at his office at MIT regularly and remaining an active member of the department. Displaying his well-known wit, he told the gathering celebrating the Samuelson Chair, “That’s what I would like to do until the end of time — to go on scribbling my articles on the third floor of the Sloan Building, in between playing tennis and drinking coffee at my other study in the Concord Avenue branch of Burger King.”
Ricardo Caballero, the Ford International Professor of Economics and head of MIT’s Department of Economics, said Samuelson remained a central figure in all the department’s gatherings until the very end.
“He always had the last — and the first — word, and deservedly so,” Caballero said. “We will miss him and his unmatched wit very much, but his intellectual legacy is enormous and perennial. The world is different today because he was with us for many years."
International acclaim
Paul Anthony Samuelson was born in Gary, Ind., on May 15, 1915. He received a BS from the University of Chicago in 1935, an MA in 1936 from Harvard University and the PhD, with a David A. Wells Prize, from Harvard in 1941. He was an early Junior Fellow at the Harvard Society of Fellows.
He was appointed an assistant professor of economics at MIT in 1940, associate professor in 1944, and full professor in 1947. In 1966, he was named Institute Professor, MIT’s highest faculty honor.
Even as a graduate student at Harvard, Samuelson won international acclaim and made significant contributions to economic theory. Confronted by contradictions, overlaps and fallacies in the classical language of economics, he sought unification — and clarification — in mathematics.
In his first major work, Foundations of Economic Analysis (1947), which was also his PhD thesis, he told economists that they had been practicing “mental gymnastics of a particularly depraved type,” and were like “highly trained athletes who never ran a race.” He did not claim mathematics would cure the ills of economic analysis, but he did insist that mathematics was essential.
The Swedish Royal Academy said in its Nobel citation that in this first book and in a large number of articles as well, Samuelson had “rewritten considerable parts of central economic theory and has in several areas achieved results which now rank among the classical theories of economics.”
In his work on the theory of balance between prices and supply and demand, the academy said, Samuelson had succeeded in “formulating the theory in mathematical terms. The matter of approach, how to handle this problem, is what his contribution was.”
As an adviser to Kennedy and Johnson, Samuelson advocated tax cuts and the war on poverty. In 1974, he was one of 21 economists to attend President Gerald Ford’s two-day “inflation summit conference.” There, he said America had been stricken with a bad case of “stagflation” — the toxic mix of high unemployment and high inflation over long periods of time.
In addition to receiving the Nobel Prize and National Medal of Science, Samuelson was the inaugural winner of the John Bates Clark Medal, the American Economic Association's award for the best American economist under the age of 40, in 1947. He served as president of the American Economic Association and the Econometric Society. He was the author of hundreds of articles in professional journals and magazines, and served as associate editor and a member of the advisory and editorial boards of several professional journals. The Collected Scientific Papers of Paul A. Samuelson have been published in five volumes, containing about 400 articles, by the MIT Press. Another 200 papers will be published in volumes 6 and 7, now in progress.
His memberships and fellowships included the American Academy of Arts and Sciences, the British Academy, Phi Beta Kappa, the International Economic Association (president, 1965-68 and lifetime honorary president), the National Academy of Sciences, where he served on the Finance Committee from 1977 until 2009, and the American Association for the Advancement of Science.
Samuelson was a distinguished lecturer at more than 20 colleges, universities and professional societies, and received 35 honorary degrees.
He is survived by his wife of 28 years, Risha Samuelson; six children from his first marriage to the late Marion Crawford Samuelson: Jane Samuelson Raybould, of London; Marnie Crawford Samuelson, of Brookline, Mass.; William Samuelson and his wife, Susan, of Belmont, Mass.; Robert Samuelson and his wife, Kristin, of Boston; John Samuelson and his wife, Gail, of Sherborn, Mass.; and Paul Samuelson and his wife, Martha, of Newton, Mass; and a stepdaughter, Susan Miller, of Lexington, Mass. He is also survived by 15 grandchildren.
In lieu of flowers, the family requests that donations be made to the Massachusetts Audubon Society, 208 South Great Road, Lincoln, MA 01793.
Funeral arrangements will be private. A memorial service will be held at MIT at a future date, and the MIT News Office will release details as they become available.
Nobel-winning economist Paul A. Samuelson dies at age 94
In a career that spanned seven decades, he transformed his field, influenced millions of students and turned MIT into an economics powerhouse.
Greg Frost, MIT News Office
December 13, 2009
Paul Samuelson, an Institute Professor Emeritus and Gordon Y Billard Fellow at MIT, who passed away on Sunday.
MIT economist Paul A. Samuelson, the Nobel laureate whose mathematical analysis provided the foundation on which modern economics is built and whose textbook influenced generations of students, died today at his home in Belmont, Mass. He was 94.
Samuelson, an Institute Professor Emeritus and Gordon Y Billard Fellow at MIT, was one of the world’s leading economists for more than half a century. When he became the first American to win the Nobel Memorial Prize in economics in 1970, a year after the prize was created, the Swedish Royal Academy said that he “has done more than any other contemporary economist to raise the level of scientific analysis in economic theory.”
Twenty-six years later, in 1996, when he was awarded a National Medal of Science, America’s top science honor, President Bill Clinton praised his “fundamental contributions to economic science, specifically general equilibrium theory and macroeconomics, and to economic education and policy over a period of 60 years.”
Samuelson’s contributions to the field were so numerous and fundamental that they lend themselves to description in more general terms. "If you did a time and motion study of what any modern economist does at work, you would find that an enormous proportion of standard mental devices trace back to Paul Samuelson's long lifetime of research,” said MIT Institute Professor Emeritus Robert Solow. “What I can add about my beloved friend of 60 years is that he had a marvelous intuition about how a market economy had to be. 'It must work like this,' he would say. 'Now all we have to do is prove it.' There was no one like him."
Samuelson was instrumental in bringing the MIT Department of Economics, which did not train graduate students when he joined it in 1940, to its current stature as a world-renowned research and teaching institution. Reflecting on this at a dinner in 1991 celebrating the establishment of the department’s Samuelson Chair in Economics, Samuelson referred to the department’s development as a “scientific miracle.” Admonishing the audience not to believe “that this was my handiwork alone,” he said that the department, from 1941 to 1960, “went from being a mediocre service department to becoming No. 1 on all foundations’ ranking of departments.” In fact, he quipped, by the mid-1960s the U.S. Department of Justice’s antitrust division was starting to fret about MIT's garnering of most of the National Science Foundation fellowships awarded in economics.
“Two factors explain our success,” Samuelson wrote in 2000. “One, MIT's renaissance after World War II as a federally supported research resource. Two, the mathematical revolution in macro- and micro-economic theory and statistics: this was overdue and inevitable — MIT was the logical place for it to flourish.”
As MIT President Susan Hockfield framed it, “Paul Samuelson transformed everything he touched: the theoretical foundations of his field, the way economics was taught around the world, the ethos and stature of his department, the investment practices of MIT, and the lives of his colleagues and students. Intellectually and personally, his vision created the intensely collaborative culture of MIT's Department of Economics, and in everything he did, he represented the very best of MIT.”
‘One of the giants’
Samuelson produced the best-selling economics text of all time, Economics: An Introductory Analysis. First published in 1948 and originally prepared for MIT’s then-mandatory undergraduate economics course, Samuelson’s textbook was the first to explain the principles of Keynesian economics to beginning economics students. It has been translated into 40 languages, and is now in its 19th edition in English. The textbook has sold nearly four million copies over a span of 60 years.
Samuelson’s textbook influenced generations of students, said James Poterba, MIT’s Mitsui Professor of Economics and former head of MIT’s Department of Economics. He noted that for decades, future scholars, policy-makers, and business executives were introduced to contemporary economics by Samuelson’s book. “He leaves an immense legacy, as a researcher and a teacher, as one of the giants on whose shoulders every contemporary economist stands,” Poterba said.
In the area of policy, Samuelson never held a major government post but, true to his belief that economists should be involved in social issues, he served as an adviser to Presidents John F. Kennedy and Lyndon B. Johnson and was a consultant to government, foundations and companies. He also commented frequently on economic policy matters and for years made his views known to the public through a column in Newsweek magazine.
Often referred to as an economist’s economist, Samuelson once wrote: “In this age of specialization, I sometimes think of myself as the last ‘generalist’ in economics. My interests range from mathematical economics to current financial journalism.”
Samuelson continued to work long after his official retirement in 1985, arriving at his office at MIT regularly and remaining an active member of the department. Displaying his well-known wit, he told the gathering celebrating the Samuelson Chair, “That’s what I would like to do until the end of time — to go on scribbling my articles on the third floor of the Sloan Building, in between playing tennis and drinking coffee at my other study in the Concord Avenue branch of Burger King.”
Ricardo Caballero, the Ford International Professor of Economics and head of MIT’s Department of Economics, said Samuelson remained a central figure in all the department’s gatherings until the very end.
“He always had the last — and the first — word, and deservedly so,” Caballero said. “We will miss him and his unmatched wit very much, but his intellectual legacy is enormous and perennial. The world is different today because he was with us for many years."
International acclaim
Paul Anthony Samuelson was born in Gary, Ind., on May 15, 1915. He received a BS from the University of Chicago in 1935, an MA in 1936 from Harvard University and the PhD, with a David A. Wells Prize, from Harvard in 1941. He was an early Junior Fellow at the Harvard Society of Fellows.
He was appointed an assistant professor of economics at MIT in 1940, associate professor in 1944, and full professor in 1947. In 1966, he was named Institute Professor, MIT’s highest faculty honor.
Even as a graduate student at Harvard, Samuelson won international acclaim and made significant contributions to economic theory. Confronted by contradictions, overlaps and fallacies in the classical language of economics, he sought unification — and clarification — in mathematics.
In his first major work, Foundations of Economic Analysis (1947), which was also his PhD thesis, he told economists that they had been practicing “mental gymnastics of a particularly depraved type,” and were like “highly trained athletes who never ran a race.” He did not claim mathematics would cure the ills of economic analysis, but he did insist that mathematics was essential.
The Swedish Royal Academy said in its Nobel citation that in this first book and in a large number of articles as well, Samuelson had “rewritten considerable parts of central economic theory and has in several areas achieved results which now rank among the classical theories of economics.”
In his work on the theory of balance between prices and supply and demand, the academy said, Samuelson had succeeded in “formulating the theory in mathematical terms. The matter of approach, how to handle this problem, is what his contribution was.”
As an adviser to Kennedy and Johnson, Samuelson advocated tax cuts and the war on poverty. In 1974, he was one of 21 economists to attend President Gerald Ford’s two-day “inflation summit conference.” There, he said America had been stricken with a bad case of “stagflation” — the toxic mix of high unemployment and high inflation over long periods of time.
In addition to receiving the Nobel Prize and National Medal of Science, Samuelson was the inaugural winner of the John Bates Clark Medal, the American Economic Association's award for the best American economist under the age of 40, in 1947. He served as president of the American Economic Association and the Econometric Society. He was the author of hundreds of articles in professional journals and magazines, and served as associate editor and a member of the advisory and editorial boards of several professional journals. The Collected Scientific Papers of Paul A. Samuelson have been published in five volumes, containing about 400 articles, by the MIT Press. Another 200 papers will be published in volumes 6 and 7, now in progress.
His memberships and fellowships included the American Academy of Arts and Sciences, the British Academy, Phi Beta Kappa, the International Economic Association (president, 1965-68 and lifetime honorary president), the National Academy of Sciences, where he served on the Finance Committee from 1977 until 2009, and the American Association for the Advancement of Science.
Samuelson was a distinguished lecturer at more than 20 colleges, universities and professional societies, and received 35 honorary degrees.
He is survived by his wife of 28 years, Risha Samuelson; six children from his first marriage to the late Marion Crawford Samuelson: Jane Samuelson Raybould, of London; Marnie Crawford Samuelson, of Brookline, Mass.; William Samuelson and his wife, Susan, of Belmont, Mass.; Robert Samuelson and his wife, Kristin, of Boston; John Samuelson and his wife, Gail, of Sherborn, Mass.; and Paul Samuelson and his wife, Martha, of Newton, Mass; and a stepdaughter, Susan Miller, of Lexington, Mass. He is also survived by 15 grandchildren.
In lieu of flowers, the family requests that donations be made to the Massachusetts Audubon Society, 208 South Great Road, Lincoln, MA 01793.
Funeral arrangements will be private. A memorial service will be held at MIT at a future date, and the MIT News Office will release details as they become available.
sábado, dezembro 12, 2009
554) Lembrar-se de ser cetico....
Ser cético é o melhor seguro...
Pablo Rodrigues Vilarnovo
Tenho estudado esse assunto durante anos e sempre estive ao lado de céticos. Para mim não há espaço para consenso na ciência. Acreditávamos que a Terra era o centro do Universo, acreditávamos que a Terra era estática e o Sol gravitava em torno do nosso planeta. Foram céticos como Copérnico e depois Galileu Galilei que desafiaram o consenso da época descobrindo maravilhas sobre o universo. E isso aconteceu com todos os grandes cientistas da estirpe de Newton, Darwin e Einstein.Todos eram céticos. Todos desafiaram o "consenso" de suas épocas. Alguns foram excomungados, ameaçados, desgraçados por sua ciência.
A noção de que os céticos não querem fazer absolutamente nada está errada. Os céticos acreditam que o papel da boa ciência serve para que decisões sejam feitas embasadas em dados científicos sérios. Acreditam que o Carbono não é o responsável pelo aquecimento global. Isso não quer dizer que nada deva ser feito. O homem sim muda o ambiente em que vive. Construímos cada vez mais cidades, asfaltamos cada vez mais ruas, destruímos cada vez mais as margens de rios e lagoas, represamos rios, modificamos geografias que existem em milhões de anos. Isso causa uma mudança na relação entre o homem e a natureza e porque não, com o clima. Cidades são conhecidas com Ilhas de Calor.
O que os céticos combatem é a noção de que inibir a presença do carbono na atmosfera resolverá o problema do aquecimento global. Isso é errado. Os impactos do aquecimento global não serão medidos em aumentos em graus e sim nas consequências de fenômenos naturais que hoje, e sempre, foram parte de nosso planeta. Quando os vikings colonizaram um maior ilha do planeta e lhe deram o nome de Greenland, o fizeram pois essa ilha era verde e não o deserto branco de hoje. As temperaturas na época eram maiores que são hoje. Quando a neve começou a cair, tiveram que abandonar Greenland. Foi o aquecimento global o responsável por isso? Seriam os vikings responsável pelo primeiro aquecimento e depois resfriamento do mundo? Será que os vikings param de lançar carbono na atmosfera para que as temperaturas caíssem?
Não haverá mais ou menos alagamentos por conta do aquecimento global. Mas haverá mais alagamentos pois cada vez mais impermeabilizamos os solos com asfalto. Haverá mais alagamentos pois cada vez mais causamos o assoreamento dos rios pela destruição de suas margens. Haverá mais desastres porque construímos ilegalmente nas encostas. A tragédia de Nova Orleans foi causada pelo ser humanos e não por um furação de classe 1.
O maior alerta que os céticos fazem é que estamos gastando bilhões, talvez trilhões em projetos que não resolverão absolutamente nada, onde os reais problemas estão sendo ignorados. É esse o desejo dos céticos, não que nada seja feito.
Pablo Rodrigues Vilarnovo
Tenho estudado esse assunto durante anos e sempre estive ao lado de céticos. Para mim não há espaço para consenso na ciência. Acreditávamos que a Terra era o centro do Universo, acreditávamos que a Terra era estática e o Sol gravitava em torno do nosso planeta. Foram céticos como Copérnico e depois Galileu Galilei que desafiaram o consenso da época descobrindo maravilhas sobre o universo. E isso aconteceu com todos os grandes cientistas da estirpe de Newton, Darwin e Einstein.Todos eram céticos. Todos desafiaram o "consenso" de suas épocas. Alguns foram excomungados, ameaçados, desgraçados por sua ciência.
A noção de que os céticos não querem fazer absolutamente nada está errada. Os céticos acreditam que o papel da boa ciência serve para que decisões sejam feitas embasadas em dados científicos sérios. Acreditam que o Carbono não é o responsável pelo aquecimento global. Isso não quer dizer que nada deva ser feito. O homem sim muda o ambiente em que vive. Construímos cada vez mais cidades, asfaltamos cada vez mais ruas, destruímos cada vez mais as margens de rios e lagoas, represamos rios, modificamos geografias que existem em milhões de anos. Isso causa uma mudança na relação entre o homem e a natureza e porque não, com o clima. Cidades são conhecidas com Ilhas de Calor.
O que os céticos combatem é a noção de que inibir a presença do carbono na atmosfera resolverá o problema do aquecimento global. Isso é errado. Os impactos do aquecimento global não serão medidos em aumentos em graus e sim nas consequências de fenômenos naturais que hoje, e sempre, foram parte de nosso planeta. Quando os vikings colonizaram um maior ilha do planeta e lhe deram o nome de Greenland, o fizeram pois essa ilha era verde e não o deserto branco de hoje. As temperaturas na época eram maiores que são hoje. Quando a neve começou a cair, tiveram que abandonar Greenland. Foi o aquecimento global o responsável por isso? Seriam os vikings responsável pelo primeiro aquecimento e depois resfriamento do mundo? Será que os vikings param de lançar carbono na atmosfera para que as temperaturas caíssem?
Não haverá mais ou menos alagamentos por conta do aquecimento global. Mas haverá mais alagamentos pois cada vez mais impermeabilizamos os solos com asfalto. Haverá mais alagamentos pois cada vez mais causamos o assoreamento dos rios pela destruição de suas margens. Haverá mais desastres porque construímos ilegalmente nas encostas. A tragédia de Nova Orleans foi causada pelo ser humanos e não por um furação de classe 1.
O maior alerta que os céticos fazem é que estamos gastando bilhões, talvez trilhões em projetos que não resolverão absolutamente nada, onde os reais problemas estão sendo ignorados. É esse o desejo dos céticos, não que nada seja feito.
553) A Falacia do Principio da Precaucao - João Luiz Mauad
A Falácia do Princípio da Precaução
João Luiz Mauad
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Um novo mantra começa a ganhar espaço na retórica ambientalista, nesses tempos de Cúpula de Copenhague: o chamado "princípio da precaução". De início, este princípio parece inofensivo e, até mesmo, muito saudável, afinal, dizem eles: "temos o direito de ser protegidos contra potenciais ameaças a nossa saúde ou ao meio ambiente em que vivemos".
Por exemplo. Em recente coluna no jornal O Globo, a jornalista Mirian Leitão, escreveu o seguinte:
"Os céticos dizem que a temperatura sempre oscilou, portanto não é ação humana, mas sim fenômeno natural. Todo esse esforço da ONU e dos países não seria apenas inútil, seria um erro. Imaginemos o cenário mais favorável aos céticos: que se comprove manipulação de dados nos estudos do instituto inglês (...). Se fosse aceita, a tese dos céticos levaria o mundo a não fazer nada (...)."
Se as decisões do parágrafo acima fossem aceitáveis, ainda restaria o argumento do seguro. Mesmo se fossem pequenas as evidências científicas de que o clima na terra está mudando, precisaríamos fazer um seguro contra esse evento. Ninguém espera ter certeza do sinistro para fazer o seguro, basta haver um risco".
A lógica aqui parece, em princípio, perfeita. Afinal, Bastiat já dizia que são necessárias somente algumas poucas palavras para estabelecer uma meia-verdade, mas precisamos de extensas e áridas dissertações para demonstrar uma verdade inteira.
Comecemos pelo que a colunista não disse: que há um cálculo de custo x benefício por trás de cada contrato de seguro. Se eu faço um seguro de automóvel, por exemplo, é porque eu compreendo o risco presente em dirigir um carro numa grande cidade, como o Rio de Janeiro. Porém, o preço desse seguro deve ser compatível com a probabilidade de eventuais sinistros. O valor do prêmio que estamos dispostos a pagar, portanto, é proporcional aos riscos envolvidos. Até 5% do valor do veículo seria algo razoável. Mais do que isso, eu já pensaria muitas vezes antes de contratar.
A presença do fator risco em cada ação ou escolha que fazemos não pode - e não deve -significar paralisia. Assumir riscos razoáveis, tanto em relação à nossa saúde quanto às nossas propriedades, torna a vida incerta, mas também a faz valer a pena.
Estatisticamente, sabemos que, para cada avião produzido, a probabilidade de acidentes aumenta, trazendo riscos aos usuários. Todavia, deixar de construir aviões e aeroportos, como todos sabemos, não seria uma decisão razoável, já que os benefícios gerados superam em muito os eventuais malefícios. Da mesma maneira, ao decidirmos pelo uso medicinal de determinadas substâncias, estamos plenamente cientes de que uma pequena fração de usuários poderá sofrer problemas graves por conta de alergias e outros efeitos colaterais das drogas. No entanto, em vista dos efeitos benéficos dessas drogas para a maioria, normalmente não hesitamos em ingeri-las.
Recentemente, testemunhamos o impacto negativo desse tipo de pensamento durante os debates sobre alimentos geneticamente modificados. Os ambientalistas - oponentes freqüentes do progresso tecnológico - sustentam que, mesmo que não existam evidências sobre possíveis danos desses alimentos à saúde, isso não quer dizer que eles devam ser liberados. Segundo eles, nós (o outro lado) teríamos que provar que esses alimentos são inofensivos, antes de adotá-los. O problema aqui, e eles sabem bem disso, é que não há como provar a ausência de um efeito, assim como eu não posso provar que Papai-Noel não existe. O máximo que podemos fazer é dizer que a observação através dos séculos não evidencia a sua presença entre nós. Karl Popper resumiu assim a coisa: "Não importa quantos cisnes brancos você encontre durante a vida. Isso nunca provará que não existem cisnes negros".
Como se pode ver, a grande utilidade do princípio da precaução para a causa ambientalista é justamente a de evitar o debate científico. Sua lógica absurda dispensa do ônus da prova àqueles que costumam apelar para reivindicações estúpidas e injustificáveis.
Numa ilustração pavorosa do triunfo da lógica "precaucionista", milhares de africanos podem ter morrido de fome, há poucos anos, porque seus governos, influenciados pelo discurso ambientalista e na tentativa de protegê-los contra possíveis efeitos nocivos dos alimentos geneticamente modificados, proibiram a distribuição de toneladas de milho doadas pelos Estados Unidos - embora milhões de seres humanos, mundo afora, o estejam consumindo há vários anos, sem que tenham apresentado qualquer sintoma que justifique os delírios dos ecologistas.
Tudo na vida envolve algum tipo de risco. Mesmo a mais comezinha das atividades, como um passeio no parque, apresenta riscos à vida ou à saúde. Se simplesmente nos deixássemos paralisar por eles, provavelmente estaríamos ainda na Idade da Pedra. Uma sociedade onde as pessoas não fazem apostas, onde qualquer forma de progresso ou desenvolvimento é abandonada em prol da busca de uma segurança extremada, é uma sociedade fadada ao fracasso. Se o princípio da precaução tivesse sido aplicado no passado, Cristóvão Colombo jamais teria chegado à América, Santos Dumont (Irmãos Wright?) nunca teria inventado o avião e a NASA não teria colocado o homem na lua, para ficarmos apenas em exemplos gritantes.
Na verdade, saúde e bem estar estão fortemente correlacionados com o padrão de vida das diferentes sociedades. É inegável que pessoas que vivem em países prósperos e tecnologicamente avançados são menos propensas a ficar doentes e vivem bem mais do que os viventes em países subdesenvolvidos. A maior tragédia social da humanidade, portanto, não são os alimentos geneticamente modificados, o colesterol, as gorduras "trans" ou as mudanças climáticas, mas a pobreza extrema. Esta mata muito mais gente do que qualquer quimera ambientalista.
Ora, não existem muitas dúvidas de que cortar em 80% as emissões de CO2 levaria ao empobrecimento geral do mundo. O que a maioria dos "céticos" sustenta é justamente que o custo da precaução, no caso do aquecimento global, seria muito maior que os benefícios.
Ademais, o princípio da precaução carrega, em si mesmo, uma enorme contradição. De acordo com o preceito, nós devemos evitar qualquer ação que represente algum risco de dano significativo. Ora, a proposta de corte radical das emissões de CO2, como colocada na mesa, traz embutido um enorme risco para a saúde e bem estar humanidade, devido ao empobrecimento geral, conforme vimos acima. Assim, analisada em termos do princípio da precaução, esta proposta deveria ser, ela mesma, sumariamente rejeitada.
João Luiz Mauad
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Um novo mantra começa a ganhar espaço na retórica ambientalista, nesses tempos de Cúpula de Copenhague: o chamado "princípio da precaução".
Por exemplo. Em recente coluna no jornal O Globo, a jornalista Mirian Leitão, escreveu o seguinte:
"Os céticos dizem que a temperatura sempre oscilou, portanto não é ação humana, mas sim fenômeno natural. Todo esse esforço da ONU e dos países não seria apenas inútil, seria um erro. Imaginemos o cenário mais favorável aos céticos: que se comprove manipulação de dados nos estudos do instituto inglês (...). Se fosse aceita, a tese dos céticos levaria o mundo a não fazer nada (...)."
Se as decisões do parágrafo acima fossem aceitáveis, ainda restaria o argumento do seguro. Mesmo se fossem pequenas as evidências científicas de que o clima na terra está mudando, precisaríamos fazer um seguro contra esse evento. Ninguém espera ter certeza do sinistro para fazer o seguro, basta haver um risco".
A lógica aqui parece, em princípio, perfeita. Afinal, Bastiat já dizia que são necessárias somente algumas poucas palavras para estabelecer uma meia-verdade, mas precisamos de extensas e áridas dissertações para demonstrar uma verdade inteira.
Comecemos pelo que a colunista não disse: que há um cálculo de custo x benefício por trás de cada contrato de seguro. Se eu faço um seguro de automóvel, por exemplo, é porque eu compreendo o risco presente em dirigir um carro numa grande cidade, como o Rio de Janeiro. Porém, o preço desse seguro deve ser compatível com a probabilidade de eventuais sinistros. O valor do prêmio que estamos dispostos a pagar, portanto, é proporcional aos riscos envolvidos. Até 5% do valor do veículo seria algo razoável. Mais do que isso, eu já pensaria muitas vezes antes de contratar.
A presença do fator risco em cada ação ou escolha que fazemos não pode - e não deve -significar paralisia. Assumir riscos razoáveis, tanto em relação à nossa saúde quanto às nossas propriedades, torna a vida incerta, mas também a faz valer a pena.
Estatisticamente, sabemos que, para cada avião produzido, a probabilidade de acidentes aumenta, trazendo riscos aos usuários. Todavia, deixar de construir aviões e aeroportos, como todos sabemos, não seria uma decisão razoável, já que os benefícios gerados superam em muito os eventuais malefícios. Da mesma maneira, ao decidirmos pelo uso medicinal de determinadas substâncias, estamos plenamente cientes de que uma pequena fração de usuários poderá sofrer problemas graves por conta de alergias e outros efeitos colaterais das drogas. No entanto, em vista dos efeitos benéficos dessas drogas para a maioria, normalmente não hesitamos em ingeri-las.
Recentemente, testemunhamos o impacto negativo desse tipo de pensamento durante os debates sobre alimentos geneticamente modificados. Os ambientalistas - oponentes freqüentes do progresso tecnológico - sustentam que, mesmo que não existam evidências sobre possíveis danos desses alimentos à saúde, isso não quer dizer que eles devam ser liberados. Segundo eles, nós (o outro lado) teríamos que provar que esses alimentos são inofensivos, antes de adotá-los. O problema aqui, e eles sabem bem disso, é que não há como provar a ausência de um efeito, assim como eu não posso provar que Papai-Noel não existe. O máximo que podemos fazer é dizer que a observação através dos séculos não evidencia a sua presença entre nós. Karl Popper resumiu assim a coisa: "Não importa quantos cisnes brancos você encontre durante a vida. Isso nunca provará que não existem cisnes negros".
Como se pode ver, a grande utilidade do princípio da precaução para a causa ambientalista é justamente a de evitar o debate científico. Sua lógica absurda dispensa do ônus da prova àqueles que costumam apelar para reivindicações estúpidas e injustificáveis.
Numa ilustração pavorosa do triunfo da lógica "precaucionista", milhares de africanos podem ter morrido de fome, há poucos anos, porque seus governos, influenciados pelo discurso ambientalista e na tentativa de protegê-los contra possíveis efeitos nocivos dos alimentos geneticamente modificados, proibiram a distribuição de toneladas de milho doadas pelos Estados Unidos - embora milhões de seres humanos, mundo afora, o estejam consumindo há vários anos, sem que tenham apresentado qualquer sintoma que justifique os delírios dos ecologistas.
Tudo na vida envolve algum tipo de risco. Mesmo a mais comezinha das atividades, como um passeio no parque, apresenta riscos à vida ou à saúde. Se simplesmente nos deixássemos paralisar por eles, provavelmente estaríamos ainda na Idade da Pedra. Uma sociedade onde as pessoas não fazem apostas, onde qualquer forma de progresso ou desenvolvimento é abandonada em prol da busca de uma segurança extremada, é uma sociedade fadada ao fracasso. Se o princípio da precaução tivesse sido aplicado no passado, Cristóvão Colombo jamais teria chegado à América, Santos Dumont (Irmãos Wright?) nunca teria inventado o avião e a NASA não teria colocado o homem na lua, para ficarmos apenas em exemplos gritantes.
Na verdade, saúde e bem estar estão fortemente correlacionados com o padrão de vida das diferentes sociedades. É inegável que pessoas que vivem em países prósperos e tecnologicamente avançados são menos propensas a ficar doentes e vivem bem mais do que os viventes em países subdesenvolvidos. A maior tragédia social da humanidade, portanto, não são os alimentos geneticamente modificados, o colesterol, as gorduras "trans" ou as mudanças climáticas, mas a pobreza extrema. Esta mata muito mais gente do que qualquer quimera ambientalista.
Ora, não existem muitas dúvidas de que cortar em 80% as emissões de CO2 levaria ao empobrecimento geral do mundo. O que a maioria dos "céticos" sustenta é justamente que o custo da precaução, no caso do aquecimento global, seria muito maior que os benefícios.
Ademais, o princípio da precaução carrega, em si mesmo, uma enorme contradição. De acordo com o preceito, nós devemos evitar qualquer ação que represente algum risco de dano significativo. Ora, a proposta de corte radical das emissões de CO2, como colocada na mesa, traz embutido um enorme risco para a saúde e bem estar humanidade, devido ao empobrecimento geral, conforme vimos acima. Assim, analisada em termos do princípio da precaução, esta proposta deveria ser, ela mesma, sumariamente rejeitada.
domingo, novembro 29, 2009
551) Bolsa Familia do Obama (ou melhor, dos EUA)
Em carater emergencial e condicional...nao como direito universal...
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Paulo Roberto Almeida
The Safety Net
Across U.S., Food Stamp Use Soars and Stigma Fades
By JASON DePARLE and ROBERT GEBELOFF
The New York Times, November 29, 2009
MARTINSVILLE, Ohio — With food stamp use at record highs and climbing every month, a program once scorned as a failed welfare scheme now helps feed one in eight Americans and one in four children.
It has grown so rapidly in places so diverse that it is becoming nearly as ordinary as the groceries it buys. More than 36 million people use inconspicuous plastic cards for staples like milk, bread and cheese, swiping them at counters in blighted cities and in suburbs pocked with foreclosure signs.
Virtually all have incomes near or below the federal poverty line, but their eclectic ranks testify to the range of people struggling with basic needs. They include single mothers and married couples, the newly jobless and the chronically poor, longtime recipients of welfare checks and workers whose reduced hours or slender wages leave pantries bare.
While the numbers have soared during the recession, the path was cleared in better times when the Bush administration led a campaign to erase the program’s stigma, calling food stamps “nutritional aid” instead of welfare, and made it easier to apply. That bipartisan effort capped an extraordinary reversal from the 1990s, when some conservatives tried to abolish the program, Congress enacted large cuts and bureaucratic hurdles chased many needy people away.
From the ailing resorts of the Florida Keys to Alaskan villages along the Bering Sea, the program is now expanding at a pace of about 20,000 people a day.
There are 239 counties in the United States where at least a quarter of the population receives food stamps, according to an analysis of local data collected by The New York Times.
The counties are as big as the Bronx and Philadelphia and as small as Owsley County in Kentucky, a patch of Appalachian distress where half of the 4,600 residents receive food stamps.
In more than 750 counties, the program helps feed one in three blacks. In more than 800 counties, it helps feed one in three children. In the Mississippi River cities of St. Louis, Memphis and New Orleans, half of the children or more receive food stamps. Even in Peoria, Ill. — Everytown, U.S.A. — nearly 40 percent of children receive aid.
While use is greatest where poverty runs deep, the growth has been especially swift in once-prosperous places hit by the housing bust. There are about 50 small counties and a dozen sizable ones where the rolls have doubled in the last two years. In another 205 counties, they have risen by at least two-thirds. These places with soaring rolls include populous Riverside County, Calif., most of greater Phoenix and Las Vegas, a ring of affluent Atlanta suburbs, and a 150-mile stretch of southwest Florida from Bradenton to the Everglades.
Although the program is growing at a record rate, the federal official who oversees it would like it to grow even faster.
“I think the response of the program has been tremendous,” said Kevin Concannon, an under secretary of agriculture, “but we’re mindful that there are another 15, 16 million who could benefit.”
Nationwide, food stamps reach about two-thirds of those eligible, with rates ranging from an estimated 50 percent in California to 98 percent in Missouri. Mr. Concannon urged lagging states to do more to enroll the needy, citing a recent government report that found a sharp rise in Americans with inconsistent access to adequate food.
“This is the most urgent time for our feeding programs in our lifetime, with the exception of the Depression,” he said. “It’s time for us to face up to the fact that in this country of plenty, there are hungry people.”
The program’s growing reach can be seen in a corner of southwestern Ohio where red state politics reign and blue-collar workers have often called food stamps a sign of laziness. But unemployment has soared, and food stamp use in a six-county area outside Cincinnati has risen more than 50 percent.
With most of his co-workers laid off, Greg Dawson, a third-generation electrician in rural Martinsville, considers himself lucky to still have a job. He works the night shift for a contracting firm, installing freezer lights in a chain of grocery stores. But when his overtime income vanished and his expenses went up, Mr. Dawson started skimping on meals to feed his wife and five children.
He tried to fill up on cereal and eggs. He ate a lot of Spam. Then he went to work with a grumbling stomach to shine lights on food he could not afford. When an outreach worker appeared at his son’s Head Start program, Mr. Dawson gave in.
“It’s embarrassing,” said Mr. Dawson, 29, a taciturn man with a wispy goatee who is so uneasy about the monthly benefit of $300 that he has not told his parents. “I always thought it was people trying to milk the system. But we just felt like we really needed the help right now.”
The outreach worker is a telltale sign. Like many states, Ohio has campaigned hard to raise the share of eligible people collecting benefits, which are financed entirely by the federal government and brought the state about $2.2 billion last year.
By contrast, in the federal cash welfare program, states until recently bore the entire cost of caseload growth, and nationally the rolls have stayed virtually flat. Unemployment insurance, despite rapid growth, reaches about only half the jobless (and replaces about half their income), making food stamps the only aid many people can get — the safety net’s safety net.
Support for the food stamp program reached a nadir in the mid-1990s when critics, likening the benefit to cash welfare, won significant restrictions and sought even more. But after use plunged for several years, President Bill Clinton began promoting the program, in part as a way to help the working poor. President George W. Bush expanded that effort, a strategy Mr. Obama has embraced.
The revival was crowned last year with an upbeat change of name. What most people still call food stamps is technically the Supplemental Nutrition Assistance Program, or SNAP.
By the time the recession began, in December 2007, “the whole message around this program had changed,” said Stacy Dean of the Center on Budget and Policy Priorities, a Washington group that has supported food stamp expansions. “The general pitch was, ‘This program is here to help you.’ ”
Now nearly 12 percent of Americans receive aid — 28 percent of blacks, 15 percent of Latinos and 8 percent of whites. Benefits average about $130 a month for each person in the household, but vary with shelter and child care costs.
In the promotion of the program, critics see a sleight of hand.
“Some people like to camouflage this by calling it a nutrition program, but it’s really not different from cash welfare,” said Robert Rector of the Heritage Foundation, whose views have a following among conservatives on Capitol Hill. “Food stamps is quasi money.”
Arguing that aid discourages work and marriage, Mr. Rector said food stamps should contain work requirements as strict as those placed on cash assistance. “The food stamp program is a fossil that repeats all the errors of the war on poverty,” he said.
Suburbs Are Hit Hard
Across the country, the food stamp rolls can be read like a scan of a sick economy. The counties of northwest Ohio, where car parts are made, take sick when Detroit falls ill. Food stamp use is up by about 60 percent in Erie County (vibration controls), 77 percent in Wood County (floor mats) and 84 percent in hard-hit Van Wert (shifting components and cooling fans).
Just west, in Indiana, Elkhart County makes the majority of the nation’s recreational vehicles. Sales have fallen more than half during the recession, and nearly 30 percent of the county’s children are receiving food stamps.
The pox in southwest Florida is the housing bust, with foreclosure rates in Fort Myers often leading the nation in the last two years. Across six contiguous counties from Manatee to Monroe, the food stamp rolls have more than doubled.
In sheer numbers, growth has come about equally from places where food stamp use was common and places where it was rare. Since 2007, the 600 counties with the highest percentage of people on the rolls added 1.3 million new recipients. So did the 600 counties where use was lowest.
The richest counties are often where aid is growing fastest, although from a small base. In 2007, Forsyth County, outside Atlanta, had the highest household income in the South. (One author dubbed it “Whitopia.”) Food stamp use there has more than doubled.
This is the first recession in which a majority of the poor in metropolitan areas live in the suburbs, giving food stamps new prominence there. Use has grown by half or more in dozens of suburban counties from Boston to Seattle, including such bulwarks of modern conservatism as California’s Orange County, where the rolls are up more than 50 percent.
While food stamp use is still the exception in places like Orange County (where 4 percent of the population get food aid), the program reaches deep in places of chronic poverty. It feeds half the people in stretches of white Appalachia, in a Yupik-speaking region of Alaska and on the Pine Ridge Indian Reservation in South Dakota.
Across the 10 core counties of the Mississippi Delta, 45 percent of black residents receive aid. In a city as big as St. Louis, the share is 60 percent.
Use among children is especially high. A third of the children in Louisiana, Missouri and Tennessee receive food aid. In the Bronx, the rate is 46 percent. In East Carroll Parish, La., three-quarters of the children receive food stamps.
A recent study by Mark R. Rank, a professor at Washington University in St. Louis, startled some policy makers in finding that half of Americans receive food stamps, at least briefly, by the time they turn 20. Among black children, the figure was 90 percent.
Need Overcomes Scorn
Across the small towns and rolling farmland outside Cincinnati, old disdain for the program has collided with new needs. Warren County, the second-richest in Ohio, is so averse to government aid that it turned down a federal stimulus grant. But the market for its high-end suburban homes has sagged, people who build them are idle and food stamp use has doubled.
Next door, in Clinton County, the blow has been worse. DHL, the international package carrier, has closed most of its giant airfield, costing the county its biggest employer and about 7,500 jobs. The county unemployment rate nearly tripled, to more than 14 percent.
“We’re seeing people getting food stamps who never thought they’d get them,” said Tina Osso, the director of the Shared Harvest Food Bank in Fairfield, which runs an outreach program in five area counties.
While Mr. Dawson, the electrician, has kept his job, the drive to distant work sites has doubled his gas bill, food prices rose sharply last year and his health insurance premiums have soared. His monthly expenses have risen by about $400, and the elimination of overtime has cost him $200 a month. Food stamps help fill the gap.
Like many new beneficiaries here, Mr. Dawson argues that people often abuse the program and is quick to say he is different. While some people “choose not to get married, just so they can apply for benefits,” he is a married, churchgoing man who works and owns his home. While “some people put piles of steaks in their carts,” he will not use the government’s money for luxuries like coffee or soda. “To me, that’s just morally wrong,” he said.
He has noticed crowds of midnight shoppers once a month when benefits get renewed. While policy analysts, spotting similar crowds nationwide, have called them a sign of increased hunger, he sees idleness. “Generally, if you’re up at that hour and not working, what are you into?” he said.
Still, the program has filled the Dawsons’ home with fresh fruit, vegetables, bread and meat, and something they had not fully expected — an enormous sense of relief. “I know if I run out of milk, I could run down to the gas station,” said Mr. Dawson’s wife, Sheila.
As others here tell it, that is a benefit not to be overlooked.
Sarah and Tyrone Mangold started the year on track to make $70,000 — she was selling health insurance, and he was working on a heating and air conditioning crew. She got laid off in the spring, and he a few months later. Together they had one unemployment check and a blended family of three children, including one with a neurological disorder aggravated by poor nutrition.
They ate at his mother’s house twice a week. They pawned jewelry. She scoured the food pantry. He scrounged for side jobs. Their frustration peaked one night over a can of pinto beans. Each blamed the other when that was all they had to eat.
“We were being really snippy, having anxiety attacks,” Ms. Mangold said. “People get irritable when they’re hungry.”
Food stamps now fortify the family income by $623 a month, and Mr. Mangold, who is still patching together odd jobs, no longer objects.
“I always thought people on public assistance were lazy,” he said, “but it helps me know I can feed my kids.”
Shifting Views
So far, few elected officials have objected to the program’s growth. Almost 90 percent of beneficiaries nationwide live below the poverty line (about $22,000 a year for a family of four). But a minor tempest hit Ohio’s Warren County after a woman drove to the food stamp office in a Mercedes-Benz and word spread that she owned a $300,000 home loan-free. Since Ohio ignores the value of houses and cars, she qualified.
“I’m a hard-core conservative Republican guy — I found that appalling,” said Dave Young, a member of the county board of commissioners, which briefly threatened to withdraw from the federal program.
“As soon as people figure out they can vote representatives in to give them benefits, that’s the end of democracy,” Mr. Young said. “More and more people will be taking, and fewer will be producing.”
At the same time, the recession left Sandi Bernstein more sympathetic to the needy. After years of success in the insurance business, Ms. Bernstein, 66, had just settled into what she had expected to be a comfortable retirement when the financial crisis last year sent her brokerage accounts plummeting. Feeling newly vulnerable herself, she volunteered with an outreach program run by AARP and the Ohio Association of Second Harvest Food Banks.
Having assumed that poor people clamored for aid, she was surprised to find that some needed convincing to apply.“I come here and I see people who are knowledgeable, normal, well-spoken, well-dressed,” she said. “These are people I could be having lunch with.”
That could describe Franny and Shawn Wardlow, whose house in nearby Oregonia conjures middle-American stability rather than the struggle to meet basic needs. Their three daughters have heads of neat blond hair, pink bedroom curtains and a turtle bought in better times on vacation in Daytona Beach, Fla. One wrote a fourth-grade story about her parents that concluded “They lived happily ever after.”
Ms. Wardlow, who worked at a nursing home, lost her job first. Soon after, Mr. Wardlow was laid off from the construction job he had held for nearly nine years. As Ms. Wardlow tells the story of the subsequent fall — cutoff threats from the power company, the dinners of egg noodles, the soap from the Salvation Army — she dwells on one unlikely symbol of the security she lost.
Pot roast.
“I was raised on eating pot roast,” she said. “Just a nice decent meal.”
Mr. Wardlow, 32, is a strapping man with a friendly air. He talked his way into a job at an envelope factory although his boss said he was overqualified. But it pays less than what he made muscling a jackhammer, and with Ms. Wardlow still jobless, they are two months behind on the rent. A monthly food stamp benefit of $429 fills the shelves and puts an occasional roast on the Sunday table.
It reminds Ms. Wardlow of what she has lost, and what she hopes to regain.
“I would consider us middle class at one time,” she said. “I like to have a nice decent meal for dinner.”
Matthew Ericson and Janet Roberts contributed reporting.
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Paulo Roberto Almeida
The Safety Net
Across U.S., Food Stamp Use Soars and Stigma Fades
By JASON DePARLE and ROBERT GEBELOFF
The New York Times, November 29, 2009
MARTINSVILLE, Ohio — With food stamp use at record highs and climbing every month, a program once scorned as a failed welfare scheme now helps feed one in eight Americans and one in four children.
It has grown so rapidly in places so diverse that it is becoming nearly as ordinary as the groceries it buys. More than 36 million people use inconspicuous plastic cards for staples like milk, bread and cheese, swiping them at counters in blighted cities and in suburbs pocked with foreclosure signs.
Virtually all have incomes near or below the federal poverty line, but their eclectic ranks testify to the range of people struggling with basic needs. They include single mothers and married couples, the newly jobless and the chronically poor, longtime recipients of welfare checks and workers whose reduced hours or slender wages leave pantries bare.
While the numbers have soared during the recession, the path was cleared in better times when the Bush administration led a campaign to erase the program’s stigma, calling food stamps “nutritional aid” instead of welfare, and made it easier to apply. That bipartisan effort capped an extraordinary reversal from the 1990s, when some conservatives tried to abolish the program, Congress enacted large cuts and bureaucratic hurdles chased many needy people away.
From the ailing resorts of the Florida Keys to Alaskan villages along the Bering Sea, the program is now expanding at a pace of about 20,000 people a day.
There are 239 counties in the United States where at least a quarter of the population receives food stamps, according to an analysis of local data collected by The New York Times.
The counties are as big as the Bronx and Philadelphia and as small as Owsley County in Kentucky, a patch of Appalachian distress where half of the 4,600 residents receive food stamps.
In more than 750 counties, the program helps feed one in three blacks. In more than 800 counties, it helps feed one in three children. In the Mississippi River cities of St. Louis, Memphis and New Orleans, half of the children or more receive food stamps. Even in Peoria, Ill. — Everytown, U.S.A. — nearly 40 percent of children receive aid.
While use is greatest where poverty runs deep, the growth has been especially swift in once-prosperous places hit by the housing bust. There are about 50 small counties and a dozen sizable ones where the rolls have doubled in the last two years. In another 205 counties, they have risen by at least two-thirds. These places with soaring rolls include populous Riverside County, Calif., most of greater Phoenix and Las Vegas, a ring of affluent Atlanta suburbs, and a 150-mile stretch of southwest Florida from Bradenton to the Everglades.
Although the program is growing at a record rate, the federal official who oversees it would like it to grow even faster.
“I think the response of the program has been tremendous,” said Kevin Concannon, an under secretary of agriculture, “but we’re mindful that there are another 15, 16 million who could benefit.”
Nationwide, food stamps reach about two-thirds of those eligible, with rates ranging from an estimated 50 percent in California to 98 percent in Missouri. Mr. Concannon urged lagging states to do more to enroll the needy, citing a recent government report that found a sharp rise in Americans with inconsistent access to adequate food.
“This is the most urgent time for our feeding programs in our lifetime, with the exception of the Depression,” he said. “It’s time for us to face up to the fact that in this country of plenty, there are hungry people.”
The program’s growing reach can be seen in a corner of southwestern Ohio where red state politics reign and blue-collar workers have often called food stamps a sign of laziness. But unemployment has soared, and food stamp use in a six-county area outside Cincinnati has risen more than 50 percent.
With most of his co-workers laid off, Greg Dawson, a third-generation electrician in rural Martinsville, considers himself lucky to still have a job. He works the night shift for a contracting firm, installing freezer lights in a chain of grocery stores. But when his overtime income vanished and his expenses went up, Mr. Dawson started skimping on meals to feed his wife and five children.
He tried to fill up on cereal and eggs. He ate a lot of Spam. Then he went to work with a grumbling stomach to shine lights on food he could not afford. When an outreach worker appeared at his son’s Head Start program, Mr. Dawson gave in.
“It’s embarrassing,” said Mr. Dawson, 29, a taciturn man with a wispy goatee who is so uneasy about the monthly benefit of $300 that he has not told his parents. “I always thought it was people trying to milk the system. But we just felt like we really needed the help right now.”
The outreach worker is a telltale sign. Like many states, Ohio has campaigned hard to raise the share of eligible people collecting benefits, which are financed entirely by the federal government and brought the state about $2.2 billion last year.
By contrast, in the federal cash welfare program, states until recently bore the entire cost of caseload growth, and nationally the rolls have stayed virtually flat. Unemployment insurance, despite rapid growth, reaches about only half the jobless (and replaces about half their income), making food stamps the only aid many people can get — the safety net’s safety net.
Support for the food stamp program reached a nadir in the mid-1990s when critics, likening the benefit to cash welfare, won significant restrictions and sought even more. But after use plunged for several years, President Bill Clinton began promoting the program, in part as a way to help the working poor. President George W. Bush expanded that effort, a strategy Mr. Obama has embraced.
The revival was crowned last year with an upbeat change of name. What most people still call food stamps is technically the Supplemental Nutrition Assistance Program, or SNAP.
By the time the recession began, in December 2007, “the whole message around this program had changed,” said Stacy Dean of the Center on Budget and Policy Priorities, a Washington group that has supported food stamp expansions. “The general pitch was, ‘This program is here to help you.’ ”
Now nearly 12 percent of Americans receive aid — 28 percent of blacks, 15 percent of Latinos and 8 percent of whites. Benefits average about $130 a month for each person in the household, but vary with shelter and child care costs.
In the promotion of the program, critics see a sleight of hand.
“Some people like to camouflage this by calling it a nutrition program, but it’s really not different from cash welfare,” said Robert Rector of the Heritage Foundation, whose views have a following among conservatives on Capitol Hill. “Food stamps is quasi money.”
Arguing that aid discourages work and marriage, Mr. Rector said food stamps should contain work requirements as strict as those placed on cash assistance. “The food stamp program is a fossil that repeats all the errors of the war on poverty,” he said.
Suburbs Are Hit Hard
Across the country, the food stamp rolls can be read like a scan of a sick economy. The counties of northwest Ohio, where car parts are made, take sick when Detroit falls ill. Food stamp use is up by about 60 percent in Erie County (vibration controls), 77 percent in Wood County (floor mats) and 84 percent in hard-hit Van Wert (shifting components and cooling fans).
Just west, in Indiana, Elkhart County makes the majority of the nation’s recreational vehicles. Sales have fallen more than half during the recession, and nearly 30 percent of the county’s children are receiving food stamps.
The pox in southwest Florida is the housing bust, with foreclosure rates in Fort Myers often leading the nation in the last two years. Across six contiguous counties from Manatee to Monroe, the food stamp rolls have more than doubled.
In sheer numbers, growth has come about equally from places where food stamp use was common and places where it was rare. Since 2007, the 600 counties with the highest percentage of people on the rolls added 1.3 million new recipients. So did the 600 counties where use was lowest.
The richest counties are often where aid is growing fastest, although from a small base. In 2007, Forsyth County, outside Atlanta, had the highest household income in the South. (One author dubbed it “Whitopia.”) Food stamp use there has more than doubled.
This is the first recession in which a majority of the poor in metropolitan areas live in the suburbs, giving food stamps new prominence there. Use has grown by half or more in dozens of suburban counties from Boston to Seattle, including such bulwarks of modern conservatism as California’s Orange County, where the rolls are up more than 50 percent.
While food stamp use is still the exception in places like Orange County (where 4 percent of the population get food aid), the program reaches deep in places of chronic poverty. It feeds half the people in stretches of white Appalachia, in a Yupik-speaking region of Alaska and on the Pine Ridge Indian Reservation in South Dakota.
Across the 10 core counties of the Mississippi Delta, 45 percent of black residents receive aid. In a city as big as St. Louis, the share is 60 percent.
Use among children is especially high. A third of the children in Louisiana, Missouri and Tennessee receive food aid. In the Bronx, the rate is 46 percent. In East Carroll Parish, La., three-quarters of the children receive food stamps.
A recent study by Mark R. Rank, a professor at Washington University in St. Louis, startled some policy makers in finding that half of Americans receive food stamps, at least briefly, by the time they turn 20. Among black children, the figure was 90 percent.
Need Overcomes Scorn
Across the small towns and rolling farmland outside Cincinnati, old disdain for the program has collided with new needs. Warren County, the second-richest in Ohio, is so averse to government aid that it turned down a federal stimulus grant. But the market for its high-end suburban homes has sagged, people who build them are idle and food stamp use has doubled.
Next door, in Clinton County, the blow has been worse. DHL, the international package carrier, has closed most of its giant airfield, costing the county its biggest employer and about 7,500 jobs. The county unemployment rate nearly tripled, to more than 14 percent.
“We’re seeing people getting food stamps who never thought they’d get them,” said Tina Osso, the director of the Shared Harvest Food Bank in Fairfield, which runs an outreach program in five area counties.
While Mr. Dawson, the electrician, has kept his job, the drive to distant work sites has doubled his gas bill, food prices rose sharply last year and his health insurance premiums have soared. His monthly expenses have risen by about $400, and the elimination of overtime has cost him $200 a month. Food stamps help fill the gap.
Like many new beneficiaries here, Mr. Dawson argues that people often abuse the program and is quick to say he is different. While some people “choose not to get married, just so they can apply for benefits,” he is a married, churchgoing man who works and owns his home. While “some people put piles of steaks in their carts,” he will not use the government’s money for luxuries like coffee or soda. “To me, that’s just morally wrong,” he said.
He has noticed crowds of midnight shoppers once a month when benefits get renewed. While policy analysts, spotting similar crowds nationwide, have called them a sign of increased hunger, he sees idleness. “Generally, if you’re up at that hour and not working, what are you into?” he said.
Still, the program has filled the Dawsons’ home with fresh fruit, vegetables, bread and meat, and something they had not fully expected — an enormous sense of relief. “I know if I run out of milk, I could run down to the gas station,” said Mr. Dawson’s wife, Sheila.
As others here tell it, that is a benefit not to be overlooked.
Sarah and Tyrone Mangold started the year on track to make $70,000 — she was selling health insurance, and he was working on a heating and air conditioning crew. She got laid off in the spring, and he a few months later. Together they had one unemployment check and a blended family of three children, including one with a neurological disorder aggravated by poor nutrition.
They ate at his mother’s house twice a week. They pawned jewelry. She scoured the food pantry. He scrounged for side jobs. Their frustration peaked one night over a can of pinto beans. Each blamed the other when that was all they had to eat.
“We were being really snippy, having anxiety attacks,” Ms. Mangold said. “People get irritable when they’re hungry.”
Food stamps now fortify the family income by $623 a month, and Mr. Mangold, who is still patching together odd jobs, no longer objects.
“I always thought people on public assistance were lazy,” he said, “but it helps me know I can feed my kids.”
Shifting Views
So far, few elected officials have objected to the program’s growth. Almost 90 percent of beneficiaries nationwide live below the poverty line (about $22,000 a year for a family of four). But a minor tempest hit Ohio’s Warren County after a woman drove to the food stamp office in a Mercedes-Benz and word spread that she owned a $300,000 home loan-free. Since Ohio ignores the value of houses and cars, she qualified.
“I’m a hard-core conservative Republican guy — I found that appalling,” said Dave Young, a member of the county board of commissioners, which briefly threatened to withdraw from the federal program.
“As soon as people figure out they can vote representatives in to give them benefits, that’s the end of democracy,” Mr. Young said. “More and more people will be taking, and fewer will be producing.”
At the same time, the recession left Sandi Bernstein more sympathetic to the needy. After years of success in the insurance business, Ms. Bernstein, 66, had just settled into what she had expected to be a comfortable retirement when the financial crisis last year sent her brokerage accounts plummeting. Feeling newly vulnerable herself, she volunteered with an outreach program run by AARP and the Ohio Association of Second Harvest Food Banks.
Having assumed that poor people clamored for aid, she was surprised to find that some needed convincing to apply.“I come here and I see people who are knowledgeable, normal, well-spoken, well-dressed,” she said. “These are people I could be having lunch with.”
That could describe Franny and Shawn Wardlow, whose house in nearby Oregonia conjures middle-American stability rather than the struggle to meet basic needs. Their three daughters have heads of neat blond hair, pink bedroom curtains and a turtle bought in better times on vacation in Daytona Beach, Fla. One wrote a fourth-grade story about her parents that concluded “They lived happily ever after.”
Ms. Wardlow, who worked at a nursing home, lost her job first. Soon after, Mr. Wardlow was laid off from the construction job he had held for nearly nine years. As Ms. Wardlow tells the story of the subsequent fall — cutoff threats from the power company, the dinners of egg noodles, the soap from the Salvation Army — she dwells on one unlikely symbol of the security she lost.
Pot roast.
“I was raised on eating pot roast,” she said. “Just a nice decent meal.”
Mr. Wardlow, 32, is a strapping man with a friendly air. He talked his way into a job at an envelope factory although his boss said he was overqualified. But it pays less than what he made muscling a jackhammer, and with Ms. Wardlow still jobless, they are two months behind on the rent. A monthly food stamp benefit of $429 fills the shelves and puts an occasional roast on the Sunday table.
It reminds Ms. Wardlow of what she has lost, and what she hopes to regain.
“I would consider us middle class at one time,” she said. “I like to have a nice decent meal for dinner.”
Matthew Ericson and Janet Roberts contributed reporting.
sexta-feira, novembro 27, 2009
550) Tradição árabe na tradução
A atualidade do pensamento árabe sobre a tradução
Por Manhal Kasouha
Instituto de Cultura Árabe, Correio do ICArabe, ano 5. n. 225, de 27 de novembro a 3 de dezembro de 2009
Atualmente é vasta a produção intelectual em torno de questões relativas à prática da tradução, embora esse tema tenha despertado o interesse de estudiosos ainda em épocas remotas. No entanto, nota-se uma escassez no que diz respeito à divulgação em língua portuguesa das ideias desenvolvidas por teóricos árabes no campo da tradução. Foi com essa preocupação em mente que desenvolvi dissertação de mestrado (“Os clássicos árabes da teoria da tradução", que pode ser lida integralmente em: http://www.pget.ufsc.br/curso/
dissertacoes_defendidas.php ) no curso de Pós-graduação em Estudos da Tradução, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os objetivos da dissertação incluíram a tradução para o português de textos sobre a prática da tradução escritos por estudiosos árabes em diferentes épocas e o cotejo das ideias desses autores com as indagações de dois teóricos alemães, com a finalidade de se descobrir possíveis semelhanças no pensamento desses estudiosos. Os textos traduzidos foram escritos por al-Jáhiz (776-868), as-Safadi (1296-1363), Suleimán al-Bustáni (1856-1925) e Taha Hussein (1899-1973). As ideias contidas nesses neles foram confrontadas com algumas considerações teóricas de Schleiermacher (1768-1834) e Humboldt (1767-1835), intelectuais cuja obra ainda nos dias de hoje exerce grande influência no campo dos Estudos da Tradução.
A análise dos textos em questão logrou demonstrar algumas semelhanças entre o posicionamento dos teóricos alemães e aquele dos estudiosos árabes. Por exemplo, a leitura dos textos de Humboldt, Taha Hussein (طه حسين) e al-Jáhiz (الجاحظ)
revela, por um lado, uma mesma preocupação com a atividade da tradução, qual seja, a dificuldade de se conciliar forma e conteúdo, ou forma e sentido, sobretudo na transposição de obras literárias, e por outro lado, visões semelhantes no que diz respeito ao papel do tradutor e aos conceitos de língua e cultura. No século IX, al-Jáhiz, importante prosador nascido em Basra, já se deparava com a questão da traduzibilidade da poesia, tema esse que veio a ser abordado também por Humboldt, quase um milênio mais tarde. Para al-Jáhiz, a dificuldade, senão a impossibilidade, de se traduzir a poesia reside principalmente no fato de que, na tradução, rompe-se a forma poética e elimina-se a métrica, justamente os elementos portadores da beleza de um poema, na visão do autor. Segundo al-Jáhiz, caso a poesia árabe tivesse sido traduzida para outras línguas, ter-se-ia destruído exatamente aquele elemento que constituiria a novidade para os leitores estrangeiros, visto que, no que diz respeito aos significados, nada haveria de novo para esses leitores.
Humboldt, tendo traduzido para o alemão a obra Agamêmnon, do poeta grego Ésquilo, escreveu uma introdução, na qual discute alguns aspectos teóricos e práticos da tradução tal como ele os vivenciou durante a tradução desta obra. O seu principal argumento é que, se não levarmos em consideração as palavras e expressões que se referem somente a objetos físicos, não nos é possível encontrar numa língua palavras às quais correspondam com perfeição palavras de uma outra língua. Possivelmente, isso se deve ao fato de que as palavras refletem a experiência de seus falantes, e esta, por ser sempre situada, difere de uma cultura para outra.
De modo semelhante, as-Safadi (الصفدي) demonstrava ter grande preocupação com as maneiras ou métodos de traduzir. Segundo este autor, existiam à sua época dois métodos bem difundidos, os quais relaciona aos seus principais adeptos. O primeiro, que era o adotado por Yuhanna Bin al-Bitríq (البطريق بن يوحنا) e Ibn an-Ná’ima al-Homsi (الحمصي الناعمة ابن), consistia em examinar uma palavra árabe que lhe fosse sinônima. O segundo método, por sua vez, empregado por Hunayn Bin Ishaq (حنين بن إسحق) e al-Jawhari (الجوهري) , consistia em analisar cada frase com o intuito de compreender o seu significado e, posteriormente, traduzi-lo para o árabe, sem que se preocupasse com a equivalência entre as palavras. É interessante notar que tal tema, aproximadamente cinco séculos mais tarde, viria a ocupar um lugar relevante entre os interesses de Schleiermacher, um dos mais destacados teóricos ocidentais do século XIX.
Segundo Schleiermacher, quando o objeto da tradução é de natureza prosaica, é comum que não haja dificuldade para se encontrar numa língua palavras correspondentes àquelas de uma outra, fato que confere à tradução um caráter quase mecânico. Todavia, quando a tradução tem por objeto produções literárias ou científicas, surgem imediatamente duas questões que tornam o trabalho mais complexo. O autor argumenta que, se as palavras de uma determinada língua tivessem correspondentes exatas numa outra, a tradução de textos artísticos e científicos continuaria a ter um caráter mecânico. Contudo, afirma Schleiermacher, com exceção das línguas aparentadas entre si, não há palavras de uma que abarquem a totalidade de sentidos contida nas palavras de outra língua, o que faz da atividade da tradução uma tarefa de grande complexidade, tamanha a vastidão de conhecimento específico e o domínio das duas línguas em questão que tal tarefa impõe ao tradutor.
Todos os autores discutidos nos parágrafos anteriores ofereceram, cada um à sua época, contribuições teóricas importantes e produtivas para o campo da tradução. A breve discussão apresentada aqui leva-nos a algumas conclusões importantes. É possível verificar tanto nos teóricos árabes quanto nos alemães, e em momentos bastante distintos, inquietações relacionadas ao ato da tradução. Como buscou-se demonstrar grande parte da dificuldade imposta ao tradutor deriva do caráter único da organização conceitual subjacente a cada língua, e em consonância com as culturas particulares. Por outro lado, há também problemas resultantes da estratégia de tradução utilizada pelo tradutor.
Esta é uma versão editada do artigo. Para ler o texto completo, clique aqui.
Manhal Kasouhe é Tradutor Público e Intérprete Comercial Ad hoc árabe e professor dos idiomas árabe e russo.
A reprodução do artigo da newsletter do ICArabe é livre, desde que citados fonte e autor. Os artigos assinados e publicados aqui não necessariamente refletem a opinião do Instituto da Cultura Árabe.
Por Manhal Kasouha
Instituto de Cultura Árabe, Correio do ICArabe, ano 5. n. 225, de 27 de novembro a 3 de dezembro de 2009
Atualmente é vasta a produção intelectual em torno de questões relativas à prática da tradução, embora esse tema tenha despertado o interesse de estudiosos ainda em épocas remotas. No entanto, nota-se uma escassez no que diz respeito à divulgação em língua portuguesa das ideias desenvolvidas por teóricos árabes no campo da tradução. Foi com essa preocupação em mente que desenvolvi dissertação de mestrado (“Os clássicos árabes da teoria da tradução", que pode ser lida integralmente em: http://www.pget.ufsc.br/curso/
dissertacoes_defendidas.php ) no curso de Pós-graduação em Estudos da Tradução, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Os objetivos da dissertação incluíram a tradução para o português de textos sobre a prática da tradução escritos por estudiosos árabes em diferentes épocas e o cotejo das ideias desses autores com as indagações de dois teóricos alemães, com a finalidade de se descobrir possíveis semelhanças no pensamento desses estudiosos. Os textos traduzidos foram escritos por al-Jáhiz (776-868), as-Safadi (1296-1363), Suleimán al-Bustáni (1856-1925) e Taha Hussein (1899-1973). As ideias contidas nesses neles foram confrontadas com algumas considerações teóricas de Schleiermacher (1768-1834) e Humboldt (1767-1835), intelectuais cuja obra ainda nos dias de hoje exerce grande influência no campo dos Estudos da Tradução.
A análise dos textos em questão logrou demonstrar algumas semelhanças entre o posicionamento dos teóricos alemães e aquele dos estudiosos árabes. Por exemplo, a leitura dos textos de Humboldt, Taha Hussein (طه حسين) e al-Jáhiz (الجاحظ)
revela, por um lado, uma mesma preocupação com a atividade da tradução, qual seja, a dificuldade de se conciliar forma e conteúdo, ou forma e sentido, sobretudo na transposição de obras literárias, e por outro lado, visões semelhantes no que diz respeito ao papel do tradutor e aos conceitos de língua e cultura. No século IX, al-Jáhiz, importante prosador nascido em Basra, já se deparava com a questão da traduzibilidade da poesia, tema esse que veio a ser abordado também por Humboldt, quase um milênio mais tarde. Para al-Jáhiz, a dificuldade, senão a impossibilidade, de se traduzir a poesia reside principalmente no fato de que, na tradução, rompe-se a forma poética e elimina-se a métrica, justamente os elementos portadores da beleza de um poema, na visão do autor. Segundo al-Jáhiz, caso a poesia árabe tivesse sido traduzida para outras línguas, ter-se-ia destruído exatamente aquele elemento que constituiria a novidade para os leitores estrangeiros, visto que, no que diz respeito aos significados, nada haveria de novo para esses leitores.
Humboldt, tendo traduzido para o alemão a obra Agamêmnon, do poeta grego Ésquilo, escreveu uma introdução, na qual discute alguns aspectos teóricos e práticos da tradução tal como ele os vivenciou durante a tradução desta obra. O seu principal argumento é que, se não levarmos em consideração as palavras e expressões que se referem somente a objetos físicos, não nos é possível encontrar numa língua palavras às quais correspondam com perfeição palavras de uma outra língua. Possivelmente, isso se deve ao fato de que as palavras refletem a experiência de seus falantes, e esta, por ser sempre situada, difere de uma cultura para outra.
De modo semelhante, as-Safadi (الصفدي) demonstrava ter grande preocupação com as maneiras ou métodos de traduzir. Segundo este autor, existiam à sua época dois métodos bem difundidos, os quais relaciona aos seus principais adeptos. O primeiro, que era o adotado por Yuhanna Bin al-Bitríq (البطريق بن يوحنا) e Ibn an-Ná’ima al-Homsi (الحمصي الناعمة ابن), consistia em examinar uma palavra árabe que lhe fosse sinônima. O segundo método, por sua vez, empregado por Hunayn Bin Ishaq (حنين بن إسحق) e al-Jawhari (الجوهري) , consistia em analisar cada frase com o intuito de compreender o seu significado e, posteriormente, traduzi-lo para o árabe, sem que se preocupasse com a equivalência entre as palavras. É interessante notar que tal tema, aproximadamente cinco séculos mais tarde, viria a ocupar um lugar relevante entre os interesses de Schleiermacher, um dos mais destacados teóricos ocidentais do século XIX.
Segundo Schleiermacher, quando o objeto da tradução é de natureza prosaica, é comum que não haja dificuldade para se encontrar numa língua palavras correspondentes àquelas de uma outra, fato que confere à tradução um caráter quase mecânico. Todavia, quando a tradução tem por objeto produções literárias ou científicas, surgem imediatamente duas questões que tornam o trabalho mais complexo. O autor argumenta que, se as palavras de uma determinada língua tivessem correspondentes exatas numa outra, a tradução de textos artísticos e científicos continuaria a ter um caráter mecânico. Contudo, afirma Schleiermacher, com exceção das línguas aparentadas entre si, não há palavras de uma que abarquem a totalidade de sentidos contida nas palavras de outra língua, o que faz da atividade da tradução uma tarefa de grande complexidade, tamanha a vastidão de conhecimento específico e o domínio das duas línguas em questão que tal tarefa impõe ao tradutor.
Todos os autores discutidos nos parágrafos anteriores ofereceram, cada um à sua época, contribuições teóricas importantes e produtivas para o campo da tradução. A breve discussão apresentada aqui leva-nos a algumas conclusões importantes. É possível verificar tanto nos teóricos árabes quanto nos alemães, e em momentos bastante distintos, inquietações relacionadas ao ato da tradução. Como buscou-se demonstrar grande parte da dificuldade imposta ao tradutor deriva do caráter único da organização conceitual subjacente a cada língua, e em consonância com as culturas particulares. Por outro lado, há também problemas resultantes da estratégia de tradução utilizada pelo tradutor.
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Manhal Kasouhe é Tradutor Público e Intérprete Comercial Ad hoc árabe e professor dos idiomas árabe e russo.
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