quinta-feira, junho 15, 2006

100) Um usineiro bolchevique...

Para registro, apenas:

MLST, PT e FORO
por Ipojuca Pontes (14.06)

“Lula vai que nem cavalo de 7 de setembro, cagando e andando e os outros olhando” – Antonio Boqueiro, líder do MLST

A primeira providência do PT, partido de dupla moralidade (que diz uma coisa e faz outra), logo após os atos criminosos que destruíram a Câmara, levada de roldão pelos militantes do MLST, foi retirar do seu site na internet parte da página que mostrava “Quem é Quem” na nova Comissão Executiva Nacional, presidida pelo lustroso Ricardo Berzoini. Explica-se a retirada: é que em plena campanha da reeleição presidencial constava no site do partido o perfil biográfico de Bruno Maranhão, líder do sanguinário quebra-quebra do dia 6 e figura eleita para cuidar da secretaria dos Movimentos Sociais, setor considerado estratégico na hierarquia executiva do PT.

Só para mostrar o que PT julga conveniente esconder (inutilmente, de resto), reproduzo, na íntegra, o perfil do líder agitador: “Apesar de ter nascido em uma família de classe dominante pernambucana, desde os tempos de estudante de engenharia nos anos 60, Bruno Maranhão integrou-se à resistência armada contra a ditadura, passando pelos clandestinos PCB e Partido Comunista Brasileiro Revolucionário (PCBR). Neste último, executou ações armadas como membro da guerrilha. Com o AI-5, caiu na clandestinidade, morando em 'aparelhos' em vários Estados, mas terminou obrigado a deixar o país, exilando-se no Chile e, depois do golpe do general Pinochet, na França. Em 1979, com a Anistia, foi o primeiro dos pernambucanos exilados a voltar ao país. Menos de um ano depois, em 1980, ajudava a fundar o PT. Desde então, nunca mais deixou de fazer parte do diretório nacional. Maranhão presidiu o PT de Pernambuco entre 1983 e 1985. No final dos anos 80, transferiu-se para São Paulo, atuando no PT Nacional e no Instituto Mário Alves, que fundou para dar suporte aos movimentos campesinos no país, com destaque para o MLST (Movimento de Libertação dos Sem Terra), de cuja direção faz parte. De volta a Pernambuco, atua no apoio ao trabalhador do campo”.

O perfil exposto (e retirado) no site do PT não informava aos leitores que, além de violento, Bruno Maranhão era filho de usineiro e, quando na clandestinidade, assaltante de banco. Mas, em substância, o que vale ressaltar é que na última reunião do Foro de São Paulo, ocorrida em Porto Alegre, o tema do avanço incondicional da “reforma agrária”, na lei ou na marra, foi considerado pelos seus integrantes de vital importância, e sua deflagração, no estratégico ano de 2006, de prioridade máxima “para se estabelecer o socialismo na América Latina”.

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